O Teatro Ademir Rosa (CIC) recebe entre os dias 27 e 29 de junho uma das maiores (se não for a maior) produções da sua história. A ópera-rock “Frankenstein”, do compositor Alberto Heller, celebra os 200 anos do clássico escrito por Mary Shelley em grande estilo. São cerca de 70 pessoas envolvidas no espetáculo, que será regido pelo maestro Jeferson Della Rocca, tem direção cênica de Renato Turnes e artística do próprio Heller, que é pianista da Camerata Florianópolis. Nesta terça-feira (26) haverá uma sessão gratuita, às 14h, para professores e alunos das redes públicas de ensino e idosos de projetos sociais. Os ingressos para as demais apresentações estão sendo vendidos pelo Blueticket de R$ 35 a R$ 110.
A grande estrela de “Frankenstein” é o cantor Alirio Netto. Atual membro do Queen Extravaganza, o manezinho faz o papel da criatura. A ópera-rock, que tem duas horas de duração e é dividida em dois atos, conta também com as sopranos Carla Domingues, Masami Ganev e Cláudia Ondrusek, e os cantores Rodrigo “Gnomo” Matos e Daniel Galvão, ambos do Rock’n Camerata, e o estreante Alexei Leão (Stormental), a voz do metal catarinense, como Robert Walton. O espetáculo ainda traz coro masculino, banda e a orquestra, evidentemente.
Além da composição, Heller, que é doutor em Literatura e membro da Academia Catarinense de Letras e Artes, escreveu o libreto da ópera-rock, uma adaptação a partir do livro original. Segundo o autor de “Frankenstein”, que vem sendo trabalhada desde o fim de 2016, é uma obra densa e dramática. A própria linguagem musical é diferente dos grandes musicais, mesclando o erudito com o rock. E, mesmo com 200 anos da sua publicação, os temas continuam atuais.
– O romance de Mary Shelley é antes de tudo um drama existencial, uma tragédia no sentido mais profundo do termo. Dado seu estilo e características musicais, a composição se aproxima muito mais da época clássica do que do musical; a orquestração é densa, e o elemento rock não diminui em nada sua altíssima carga dramática. E seus temas continuam absolutamente atuais: a relação complexa entre criador e criatura, os limites éticos nas pesquisas científicas, as ambiguidades e os conflitos da natureza humana, a relatividade do bem e do mal… uma fábula atemporal, profunda e comovente.
Foto: Tóia Oliveira
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