Prestes a completar 25 anos, o Angra está consolidado como o grupo brasileiro de maior prestígio no exterior – ao lado do Sepultura. Uma das primeiras bandas que apostou no profissionalismo para explorar o mercado internacional, o quinteto, independente dos músicos que integram o projeto, virou sinônimo de qualidade.
A atual formação, que conta com o italiano Fabio Lione nos vocais desde 2013, sofreu um grande baque com a “saída” do guitarrista Kiko Loureiro, convidado para fazer parte do Megadeth. Marcelo Barbosa (Almah) assume as seis cordas no show desta sexta-feira (13), no John Bull, em comemoração aos 20 anos de lançamento do disco “Holy Land”.
O Rifferama conversou com o guitarrista Rafael Bittencourt, fundador e único membro original do Angra, que falou sobre a recepção dos fãs aos novos músicos, a atenção que a entrada de Kiko no Megadeth trouxe para a banda, e os planos para o futuro, que inclui reunir todos os integrantes que já fizeram parte do grupo para que os 25 anos de sucesso não passem em branco.
Rifferama – Como os fãs receberam o Fabio Lione e o Marcelo Barbosa?
Rafael Bittencourt – A recepção está sendo muito boa. O público conhecia o Fabio por causa do Rhapsody. O público tem aceitado bastante essa nova fase, as novas músicas e videoclipes. E ele é carismático e tem um carinho pelo Angra. E os nossos fãs percebem isso. Não é somente um músico contratado. A questão do Marcelo é a seguinte. Não foram mudanças que escolhemos. Não mandamos o Edu (Falaschi) embora. O público entende. Ou é isso, ou parar. Eles preferem que continuemos em turnê.
Foto: Lucas Vieira
Rifferama – A presença do Kiko no Megadeth deve ter sido boa para o nome do Angra, mas como está sendo tocar sem ele?
Rafael Bittencourt – Gerou bastante prestígio. É a primeira vez que um brasileiro participa de uma banda tão grande assim no heavy metal. É um orgulho. Quando se fala no Kiko citam o Brasil e um Angra. Mas também gerou um questionamento. É um período para provar se é legal ou não (sem ele). O Marcelo é competente, nosso repertório é de clássicos eternizados e não dependemos tanto da presença física do Kiko, mas os fãs sentem falta da imagem dele no palco e do carisma. Torcemos pelo sucesso dele.
Rifferama – O Alírio Netto, daqui de Florianópolis, foi cogitado quando o Edu saiu da banda? E você não pensou em ser o vocalista do Angra na época?
Rafael Bittencourt – Existem muitos vocalistas prontos para assumir o microfone do Angra. Na época da escolha, as gravadoras do Japão e da Europa queriam alguém que já fosse conhecido. Teríamos de trabalhar para convencê-los sobre esse novo timbre de voz. Foi uma questão de mercado e parcerias. Não fazemos nada sozinhos. Até cheguei a cogitar, mas não me senti preparado para sair em turnê e fazer um show inteiro. Os vocais não são a parte mais difícil do Angra. Teria de abrir mão um pouco da guitarra. No futuro, eventualmente, se o Fabio sair, posso cantar.
Rifferama – Um novo disco está nos planos? Qual o futuro do Angra?
Rafael Bittencourt – É completamente incerto. O Megadeth deve gravar mais um disco, eles estão indo bem. Não existe perspectiva de o Kiko voltar agora. O Fabio também está ocupado com o Rhapsody of Fire. Não quero planejar nada. Não sei o quê exatamente, mas quero fazer algo especial para os 25 anos de carreira. Talvez uma festa com os fãs, convidar os antigos membros da banda, o André (Matos) e o Edu. Não quero deixar passar.
André ??? Ele volta não .... Rancoroso é ele !!
O legal é ver vocês citarem que entrevistaram o Angra mas apenas o Rafael falar. O Angra por enquanto virou um projeto, dependendo da presença das pessoas pra acontecer ou não. Tempos ainda mais difíceis pra essa banda boa e sofrida.