Rifferama Entrevista: Primavera nos Dentes

Foto: Sidney Kair

A espera acabou. Depois de longos 16 anos os fãs da banda Primavera nos Dentes, um dos grandes nomes da música catarinense, apresenta novas canções para o público. O EP “Olhos da Rua”, gravado no estúdio Pimenta do Reino, será lançado oficialmente na sexta-feira, na Célula Showcase. As cinco composições inéditas são um presente para quem curtiu “O Parto”, disco lançado em 1997.

Nessa entrevista, Joe (vocal, percussão e violão) falou do prazer em voltar ao estúdio com os amigos Nei (gaita e voz), Marcio Pacher (guitarra) e TD (bateria). Completam o time os talentosos Maycovytch Oliveira (baixo), Daniela Longaray e Lindsay Korth (backing vocals), além do tecladista Johnny Sonntag.

Rifferama – Como foi o processo de gravação do EP “Olhos da Rua”? Gostaram do resultado?

Joe – Levamos uns dois meses para gravar esse EP. Fazia muito tempo que não entrávamos em estúdio. No começo achamos estranho, pois o Pimenta não participava dos ensaios, mas depois nas gravações ele atuou como produtor. Ele esperava gravarmos, fazia as observações, repetíamos alguns takes, etc.. Se juntasse a banda toda não daria certo. Músico é muito chato, sempre quer o melhor, quer conversar. Ele fez uma mixagem com a equipe dele e nos chamou para ouvir. Acabamos chegando a um consenso bacana. Gostamos bastante do produto final.

Rifferama – Como foi voltar ao estúdio depois de tantos anos?

Joe – Eu já tinha gravado antes, mas o Nei e, principalmente o Márcio e o TD, há muito tempo não tinham essa experiência. Atualmente eles estão curtindo mais estúdio do que fazer show. Eles gostam muito de gravar, produzir, fazer arranjos e acabou funcionando bem, pois temos experiência. É só iniciar para saber que estamos em casa. Voltaram muitas memórias do “Parto”, quando ficamos em São Paulo. Lá estávamos juntos, gravando ao mesmo tempo, e aqui foi um pouco diferente, até pela proximidade. A banda estava junta quando o TD gravou, que foi o começo dos trabalhos. Eu, por exemplo, não participei de nenhuma sessão das guitarras e não vi as backing vocals (Daniela Longaray e Lindsay Korth) gravando.

Rifferama – Dá para fazer alguma comparação com “O Parto” e “Olhos da Rua”?

Joe – Vejo que mantivemos a nossa característica de não ter uma linha só. Não é só rock, não é só blues, é mais diversificado, pelas influências de cada integrante. Gostamos muito do resultado instrumental, usamos mais violão do que no “Parto” e demos um tratamento especial para as vozes. É um EP bastante vocal, com ênfase nas letras. Sabemos que das cinco músicas, se não todas, quatro são bem comerciais, as pessoas vão escutar e saber que é Primavera. Quem conhece a banda vai assinar o que fizemos nesse EP. Estamos na expectativa agora dos comentários do público e da mídia. A banda tem um nome, sempre vimos isso. Temos um espaço guardado na música catarinense e voltamos por isso.

Rifferama – Quais são os planos para o futuro?

Joe – Gostamos dessa história de EP. É mais barato, rendemos melhor e dá tempo para produzir bem as músicas. Ano que vem faremos outro e a ideia é entre março e abril entrar em estúdio novamente. Serão cinco ou seis inéditas mesmo, temos músicas guardadas que nunca tocamos para gravar até um disco, mas preferimos lançar assim. Mostra o trabalho, renova o repertório. Estamos a fim de tocar e precisamos de um empresário. Enquanto não temos um vamos tentando fechar as datas.

Rifferama – Como será o show?

Joe – Serão 16 músicas no total, todas as que tocamos do “Parto” e todas do EP. O bis vamos deixar rolar. Teremos um tecladista convidado (Jonny Sontag) e duas vocalistas. Esse é o show da volta, para carimbar de novo que estamos aí, com um show pronto, EP novo, e dar o pontapé para o fim de 2013 e 2014 em diante. Estávamos enjoados de nos encontrar com a imprensa e falar só do “Parto”. Precisávamos de um trabalho novo. Tenho certeza que ele vai nos abrir portas.

Rifferama – Qual é o teu riff preferido, Joe?

Joe – Entre tantos, pode ser “Whole Lotta Love”, do Led Zeppelin. É um riff que me marcou muito. Da banda eu gosto do riff de “Solidão”.