Formação atual da Shadow of Sadness. Foto: Carol Avon

Shadow of Sadness lança disco após 11 anos

Foto: Carol Avon

A Shadow of Sadness, de Itapema, foi uma das primeiras bandas que pude assistir ao vivo, em 2004. Santa Catarina, apesar de ter melhorado bastante neste quesito, recebe poucos shows de metal. Poder comprar um disco feito no Estado, de qualidade, também era raro, ainda mais como “Way to Hell”, lançado naquele mesmo ano.

Em agosto de 2013 entrevistei o guitarrista Christian Avon, que na época estava finalizando os vocais para “…—…”, segundo álbum do grupo. O novo trabalho, lançado no dia 2 de novembro, levou quatro anos para ser concluído. Masterizado em Nova Iorque, pelo produtor Alexei Leão, do AML Estúdio, “…—…” soa mais pesado e melódico do que o anterior.

O disco, cujo título significa S.O.S. em código Morse, foi gravado pelo baixista Fernando Mafra, hoje na Scarlett. Com liberdade para compor, o irmão mais novo do vocalista consegue se sobressair na parede sonora criada pelas guitarras distorcidas de Avon e Rafael Schirrmann. Mafra foi substituído por Daniel Iahn, o quinto elemento da banda. O baterista Thiago Diniz, desde 2006 na Shadow of Sadness, completa o time.

Sobram destaques em “…—…”, que tem 11 músicas e está disponível no iTunes e também no Spotify. A abertura com “Save Our Souls”, “Sky Over Storms”, que ganhou clipe, e “Sleep One Second”, têm riffs matadores. O gutural de Christian Avon evoluiu bastante com o passar dos anos e se encaixou perfeitamente nas novas composições. A complexa “Screams of Self-Destruction”, da primeira fase da banda, soa ainda melhor em estúdio. O disco se encerra em grande estilo com a instrumental “Shades On Sedna”.

A Shadow of Sadness, um dos grupos mais promissores da época, nunca acabou oficialmente. Entendo os motivos que levaram a esse longo hiato, mas não aceito. Tenho certeza que ainda sou muito romântico quando escrevo sobre a cena e o metal, mas talvez faltou à banda acreditar um pouco mais no seu potencial. O underground cansa, mas Santa Catarina perdeu de colocar um nome entre os grandes do death metal brasileiro. E “…—…” é prova disso.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

3 Comentários

  1. Muito bom!

    Jean Rodrigues, Apaixonado por Tecnologia e profissional na área de Corte Laser, São Paulo - SP

  2. SOS é uma sonzeira.
    É nossa, é catarinense, é mais uma daqui!
    Temos qualidade que muita gringa.

    \ , , /

  3. Que bom que tu curtiu amigão.
    Muito boa a resenha.

    Abração

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