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Existe um abismo entre a relevância de Luiz Henrique Rosa (1938-1985) e a sua popularidade. Nesta quarta-feira (27), os Skrotes apresentam um show em homenagem ao artista tubaronense no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho), em Florianópolis. Igor de Patta (piano e sintetizadores), Chico Abreu (baixo) e Guilherme Ledoux (bateria) tocam o clássico “Mestiço” (1976) na íntegra e outras canções da obra de Luiz Henrique, que fez parte do movimento da bossa nova no Rio de Janeiro na primeira metade dos anos 1960 e depois se estabeleceu nos Estados Unidos. O evento marca os 40 anos de falecimento do cantor e compositor, que terá o repertório interpretado pelas vozes de Claudia Barbosa, Diego Raimundo, Emília Carmona, François Muleka e Yasmin Zoran (Nouvella). Os ingressos estão sendo vendidos a partir de R$ 60 (meia-entrada).
“Mestiço” foi gravado em 1975 no lendário estúdio Sound City, em Los Angeles (EUA), e também no Rio de Janeiro, e lançado no ano seguinte pela sua própria gravadora, a Itagra, se tornando objeto de desejo para os colecionadores em todo o mundo: uma cópia do LP pode chegar a R$ 5 mil em sites de leilão, mesmo com o seu relançamento em vinil em 2022 — a nova edição tem um compacto de bônus com faixas inéditas. “Mestiço” é cultuado pelos arranjos sofisticados, como na progressiva “Jandira”, e pela participação de músicos como o pianista Tenório Jr., o saxofonista JT Meirelles, o baterista Edison Machado e outros grandes instrumentistas. A capa foi assinada pelo artista plástico Hassis (1926-2001). Apesar da discografia extensa e do sucesso alcançado em vida, Luiz Henrique ainda é pouco conhecido no seu próprio estado, um dos motivos para os Skrotes fazerem esse show. Em contato com o Rifferama, o baixista Chico Abreu falou sobre o homenageado e a escolha dos convidados.
— Se hoje é difícil imaginar um artista saindo daqui fazendo tudo o que ele fez, imagina em 1960. O Luiz Henrique teve uma história bem bonita, foi respeitado por onde passou e mostrou o valor dele na época de ouro da bossa nova, teve o respaldo dos músicos também nos EUA e gravou com um monte de gente. Ao mesmo tempo é um cara ainda bem desconhecido. Quem tem raízes aqui sabe quem é, mas Florianópolis tem muita gente chegada de fora que não faz a menor ideia dessa história muito massa que tem aqui na música. Alguns convidados não conheciam e se apaixonaram, compraram a ideia. Uma coisa legal é juntar gerações da música, nós temos 15 anos de banda, trouxemos gente mais nova como a Yasmin até a Claudia. O pai dela (Zininho) tem músicas com o Luiz Henrique, então é legal trazer ela pra dentro disso, pegar um pouco desse conhecimento de causa que ela tem. É um time bem interessante, misturando gerações da cidade para fazer a entrega desse show.
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Foto: Pedro Malaman