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Tatiana Cobbett entre o Brasil e Portugal no álbum “Lá & cá”

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Em 2018, a cantora e compositora Tatiana Cobbett se mudou para Lisboa, onde começou a sua carreira solo, após cinco discos gravados com Marcoliva, outro artista radicado em Florianópolis. “Lá & Cá”, seu projeto de residência artística, em princípio, teria como resultado um álbum de dez canções que seria feito em um período de cinco anos — a pandemia adiou o encerramento para 2026. Em 2020 foram lançados quatro singles, incluindo “Ultimar”, que foi gravada pela Camerata para o álbum “Elas”. Construído a muitas mãos, “Lá & Cá”, que já teve dez faixas divulgadas nas plataformas digitais, gravadas pelo Brasil e também por Portugal, traz no repertório músicas assinadas por Tatiana, Ana Paula da Silva, Joubert Moraes e parcerias com Luís Lapa, Guinha Ramires, Pedro Loch e Sami Tarik. Foram produzidos, também, seis videoclipes desse material: o audiovisual de “Voo” foi contemplado pelo Prêmio Funarte RespirArte – Música 2020. 

Para compor o álbum, Tatiana buscou inspiração na sua própria história e se agarrou a três questões: memória familiar (é neta de portugueses) e o resgate da sua ancestralidade; a vivência em Florianópolis (onde chegou em 1997), terra colonizada por portugueses e com herança da cultura açoriana; e a palavra. E os últimos lançamentos de “Lá & Cá” ilustram perfeitamente o conceito desse trabalho, que é a conexão entre Brasil e Portugal. A cantora e compositora resgatou “Flor bela”, que tinha saído em janeiro de 2022, e subiu a canção novamente para as plataformas no dia 15 de dezembro. O choro, que tem letra da poetisa lusitana Florbela Espanca (1894-1930), conversa com “Samba imaginado”, produzida por Luiz Meira e gravada por músicos conhecidos das rodas da Ilha. Em contato com o Rifferama, Tatiana Cobbett falou sobre os desdobramentos do projeto, que incluem mais dois lançamentos e também um livro de poemas.

— O projeto advém de uma proposta de residência artística, com esses três pilares que referendaram, num período alargado de no mínimo cinco anos, e tem esse foco da criação, da arte sustentável, a partir de mim mesma. Dentro desse projeto existem uma série de pequenos produtos, incluindo um álbum com 12 faixas, um livro de poemas, que devo lançar neste ano com a editora luso-brasileira Urutau, dessa proposta de estar lá e estar cá, esse trânsito estimulando os conceitos de parceria, intercâmbio, envolvendo a potência de produção, a realização, a construção de plateia. Nos reinventamos na pandemia, sem muitas possibilidades, com isso ganhei tempo, desenvolvi um alter ego que chamo de Cara de Meia, virou exposição na linguagem do audiovisual, tem ensaio fotográfico. São muitas camadas. A ideia é colocar na roda o que vai ficando pronto, temos que buscar uma forma de fazer valer e de distribuir também, e ao mesmo tempo de movimentar a cena no ir e vir. 

Ficha técnica

Produção, arranjo e violão: Luiz Meira
Voz: Tatiana Cobbett
Cavaco: Anderson Ávila (Agulha)
Percussão: Du da Coloninha
Trombone: Hemerson Calandrini
Estúdio: Jorge Lacerda (Florianópolis)


Ficha técnica

Música

Música e voz: Tatiana Cobbett
Letra: Florbela Espanca (Poema “Se tu viesses ver-me”, do livro “Charneca em Flor”, de 1931)
Produção: Tatiana Cobbett e Michel França
Gravação, edição, violão de 7 cordas, cavaquinho e bandolim: Edu Miranda
Gravação da flauta: Gabriel Vieira (Estúdio Araruna)
Flauta: Larissa Galvão
Percussão: Sami Tarik
Design de capa: Kelen Oliveira
Foto: Bruna Buniotto
Figurino: Acervo Nequesa

Vídeo

Ideia original: Tatiana Cobbett
Direção: Joy Marrero e Nina Hoffmann
Câmera e edição: Joy Marrero
Produção e roteiro: Nina Hoffmann e Aline Esha
Adereço: Aline Esha
Interpretação: Nina Hoffmann
Texto: Camila Almeida

Foto: JCMarkun

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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