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Tin Tin Dao se transforma em octeto e renasce com “Samsara”
No fim de 2022, a Tin Tin Dao, de Rio do Sul, apresentou o EP “Samsara”, que trouxe uma estética diversa, incorporando outros elementos ao som instrumental praticado pelo agora octeto — Fernando Sborz (sax barítono e flauta), Paulo Arruda (baixo), Diego Madeira (trompete), Ruan Carlos (sax tenor e barítono), Murilo Tavares (bateria), Natanael Vinotti (guitarra) e Renato Martini (piano e órgão). Longe de ser uma banda de jazz tradicional, a Tin Tin Dao flerta com o afrobeat, os ritmos brasileiros e também o rock, principal influência do grupo, que está prestes a lançar o seu segundo álbum, “Fermentação”, que será divulgado em dezembro nas plataformas digitais. O single “Passo a passo”, única prévia do novo trabalho, surpreende pela inclusão de vocais. A faixa tem a participação dos MCs do Dialeto de Quebra (Pinguim, Bazuzo e Ganguero), trazendo o rap para a música plural da banda, e também de Binho Toledo na percussão.
“Fermentação” não é a única novidade que a Tin Tin Dao está preparando para os próximos meses. Além do álbum, que pode ter uma versão instrumental de “Passo a passo”, e sete ou oito temas, o grupo está preparando um videoclipe para a faixa “Casa de marimbondo”, com feat dos Apicultores Clandestinos. Outro lançamento futuro é uma gravação ao vivo para o Quintal Sessions, com mais quatro artistas da região: Bote Espacial, Gui Bittencourt, Roni Kohn e Soul Roots. O projeto foi viabilizado pelo Prêmio Nodgi Pellizzetti de Incentivo à Cultura de Rio do Sul. Ainda sobre “Passo a passo”, essa música se chamava “Banana Blue” e foi consenso entre os músicos de que caberia um rap na composição. A parceria com o Dialeto de Quebra deu tão certo que já foi repetida nos palcos e abriu novas possibilidades para a Tin Tin Dao. Em contato com o Rifferama, o baixista Paulo Arruda falou sobre a experiência de fazer uma canção com vocais.
— Se pensar no “Transit” (2018) foi um álbum que a gente foi pego de surpresa para fazer, de escrever o projeto (para o edital). A gente não tinha música, foi uma loucura, em um momento que a gente ainda procurava a nossa identidade e achava que era uma banda de jazz, mas nunca foi. No segundo (“Samsara”) a gente conseguiu se encontrar na música instrumental, que abrange de tudo um pouco. A nossa história ainda está só fermentando, vai sair muita coisa. O single o Ruan apresentou o tema para a banda, a gente gravou, tinha outro nome, quando ela estava pronta a gente comentou em um ensaio que caberia um rap. A brincadeira virou um papo sério, a gente já conhecia os rapazes do Dialeto e eles aceitaram o desafio sem nenhuma referência, quando eles vieram com a letra e cantaram pela primeira vez encaixou perfeitamente. Foi a realização de um sonho do passado, uma experiência muito positiva e acredito que não será a última.
Foto: Gabriel Petri com edição de Gabriela Xavier

