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Tin Tin Dao se transforma em octeto e renasce com “Samsara”

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“Samsara”, EP da Tin Tin Dao lançado em 15 de dezembro de 2022, trouxe novas possibilidades para o som da banda de Rio do Sul, mas também faz parte de um processo de cura. O grupo sofreu um duro golpe em junho ano passado com a morte do tecladista Thomas André Vieira, vítima de complicações de uma cirurgia para a retirada de um tumor no cérebro. O músico, que tinha participado do processo de composição, foi homenageado em duas faixas do repertório, “Sir Thomas”, de sua autoria e rearranjada pelo agora octeto, e “Descida para o andar de cima”. O título do lançamento vem do sânscrito e pode ser interpretado como transformação, renascimento, passagem de ciclo, entre outros significados. “Samsara” foi gravado no Flat Hall Studio, por Rafael Rossetto, e tem patrocínio do Prêmio Nodgi Pellizzetti de Incentivo à Cultura de 2021.

Sem um dos pilares da formação do grupo, que já tem 13 anos de estrada e em 2018 apresentou o álbum “Transit”, um dos melhores trabalhos daquele ano segundo o Rifferama, a Tin Tin Dao passou de seis para oito integrantes: Diego Madeira (trompete e sax tenor), Fernando Sborz (sax barítono e flauta transversal), Josué Vieira (trombone), Natanael Vinotti (guitarra), Paulo Arruda (baixo), Renato Martini (teclados e órgão), Murilo Tavares (bateria) e Guilherme Bittencourt (percussão). A soma da guitarra com a percussão abriu novas portas para a sonoridade da banda, que tentou reproduzir no material uma estética noturna, de festa, reunindo influências da música brasileira com afrobeat, salsa, bolero e outros ritmos. Em contato com o Rifferama, o trompetista e saxofonista Diego Madeira, que assina a produção em parceria com Rossetto, falou sobre a perda do amigo e seus reflexos em “Samsara”.

Tivemos que nos recuperar rápido. “Samsara” é a contrapartida de um projeto de incentivo à cultura, conseguimos uma prorrogação, mas tivemos que entregar em meio ao luto, para deixar o legado dele na banda bem claro. O repertório é dividido em duas partes, uma dançante, festiva e outra mais profunda. O Thomas era um cara muito religioso, mais erudito, o Renato é uma influência nova, um cara mais do blues. No primeiro álbum não tivemos muito tempo, ficou aquela coisa, naipe, riff, solo, ficava nessa ida e volta. Nesse segundo pensamos melhor, não tem tanto improviso, pensamos parte por parte, fizemos três para cada música, cada membro trouxe a sua sonoridade. Colocamos um percussionista e um guitarrista para ajudar no groove e ter um molho brasileiro e latino direto. Liberamos os sopros dos solos e investimos bastante nos naipes, para ficar bem cantável, marcante. Quando a gente toca a galera dança, virou um baile.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Sensacional!!!

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