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Vini Lake reforça a assinatura do seu som em álbum de demos

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O cantor e compositor Vini Lake tem algo que é muito valioso na arte: identidade própria. O músico, que é baiano radicado em Brusque, consegue imprimir a sua personalidade independente do gênero que trabalha no momento, seja o indie rock da banda que leva o seu sobrenome artístico, o rap para cantar do EP “Amargo como sou” (2023) ou álbum lo-fi “Demos tristes para pessoas tristes”, que foi lançado no dia 27 de junho nas plataformas digitais. O jeito de escrever as melodias e a atmosfera psicodélica são elementos que interligam esses registros. A estética minimalista escolhida para esse material, que traz oito canções, incluindo uma versão para “Quando bate aquela saudade”, hit do carioca Rubel, teve como objetivo poder levar para os palcos. “Estou produzindo as faixas pensando no quanto vou conseguir trabalhar ao vivo com elas”, comentou.

“Demos tristes para pessoas tristes” foi produzido inteiramente pelo artista, incluindo a mixagem e masterização, e foi gravado com poucas participações — a canção “Ainda que eu não esteja aqui” tem a colaboração de João Lopes na guitarra e Gabriel Menin no baixo. Influenciado pela cena em que se criou, o álbum tem um repertório variado, com referências de shoegaze, indie rock, eletrônico, bossa nova, entre outros ritmos, mas tudo costurado por essa estética caseira e o clima melancólico. O título do registro, apesar de ser uma brincadeira, traz uma crítica e também aponta um caminho para o músico. “Tenho pra mim que pessoas tristes entendem outras pessoas tristes, então dediquei esse álbum para essas pessoas que se sentem como eu. É a galera que quero no meu show, gente com a minha vibe”, explicou. Em contato com o Rifferama, Vini Lake falou sobre o seu novo trabalho.

— Não acho que o álbum seja um reencontro (com o rock). Eu nunca saí disso. “Amargo como sou” traz essa identidade experimental, essa coisa meio indie e psicodélica, mas que a partir de agora saquei que eu queria fazer mais, pensando no que quero tocar nos shows. A cena atual é sem fronteiras, tem muito a coisa de entrelaçar o conceito, mas tu acaba unindo vários universos, vários tipos de som em um álbum, é o que gosto de fazer. Nos últimos anos me aprimorei como instrumentista, estudei bastante sobre produção, estética e linguagem e quero explorar isso nas novas coisas que estou fazendo. O título vem como uma forma de protesto, não tem a ver diretamente comigo. Depois da pandemia tudo é muito raso, as pessoas estão sempre atrás de mostrar o quanto estão felizes. Eu vou no contrário disso. Mas nem são só músicas tristes, algumas coisas são aconchegantes, como “Alô, Valentina”. Estou fazendo coisas novas e elas serão mais animadas a partir de agora.

Foto: Bárbara Westphal

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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