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No fim de 2019, a Carlota Joaquina, de Chapecó, lançou o single “Dirigível”, que apresentava uma sonoridade mais distante do rock clássico, com referências mais recentes (mas nem tanto) e a inclusão dos teclados de Bruno Lemes, que acabou entrando para a banda em definitivo. O objetivo do agora quarteto, formado por Eduardo Menezes (voz e guitarra), Ricardo Menezes (baixo e voz) e João Amilton (bateria), era gravar um álbum completo, mas aí veio a pandemia e os planos foram adiados. Eduardo e Ricardo gravaram com a Pinhel e a Carlota só voltou às atividades de fato no ano passado. “Passo a vez”, que saiu em abril com visualizer, é o primeiro lançamento da banda em quase três anos e retoma o projeto de tirar do papel as músicas que o grupo tem na gaveta, com o desafio de criar uma unidade com essa nova estética.
Escrita em 2020 pelo vocalista e guitarrista Eduardo de Menezes assim que se iniciou a quarentena em decorrência da Covid-19, “Passo a vez” fala sobre incertezas e usa o café como uma metáfora. “Quando a gente passa o café o tempo passa, e passo a vez, não quero que isso aconteça comigo. Ela conversa bem com aquele momento”, explicou o músico ao Rifferama. Sobre a sonoridade, houve uma troca de influências — em vez de Led Zeppelin ou The Doors, a Carlota Joaquina começou a se inspirar em bandas como Arcade Fire e The Frames. Outra mudança em relação ao grupo foi o planejamento para as novas canções, que serão divulgadas como singles, cada um com um visualizer. O próximo lançamento já está definido: “Queda livre” deve entrar nas plataformas digitais até o começo de julho.
— Eu compus “Passo a vez” logo que rolou o lance de bloquear tudo, falando sobre comportamento social. Ela tem várias referência mais indie e folk rock, do que outras coisas que a gente fazia, tem o lance do sintetizador, que a gente já tinha colocado alguma coisa na “Dirigível”. Tentamos abrir mão um pouco do rock and roll e dar uma olhada para coisas mais recentes, então tem esse frescor no repertório. São várias músicas que a banda já compôs e estavam na gaveta para serem produzidas, não necessariamente novas como essa, tem algumas que foram feitas depois de “Passo a vez” e outras muito antigas, que nunca foram gravadas. Esses próximos lançamentos serão um compilado da história da Carlota e o que fizemos e estamos sentindo e pensando agora, tentando colocar uma unidade nisso tudo para que de alguma forma elas se aproximem.
Ficha técnica
Gravadora: Estúdio Casa da Esquina
Produtora audiovisual: Ópera de Vidro
Diretor: Donnovan Ferreira
Assistente de direção: Bruna Boita Meoti
Ator: Emerson Kremer
Figurinista: Amanda Maria Orsatto
Assistente de set: Patrícia Grando
Foto: Glaucia Costa
