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Makalister fala sobre o novo álbum “Extravagância e perfume”

Makalister não para. Desde o lançamento do álbum “Mal dos Trópikos – Construindo a ponte da prata roubada”, em janeiro de 2018, o rapper de São José esteve envolvido em cerca de 20 produções, entre singles, feats e trabalhos completos. Só neste ano foram quatro músicas com Beli Remour, o disco instrumental “Extravagance Parfums” e a mixtape “Extravagância e perfume”, disponibilizada para audição nesta terça-feira (16). O show de estreia desse material acontece nesta quinta, no BECO, no Kobrasol, na festa CO.L48, com ingressos a R$ 15 (na hora).

“Extravagância e perfume” apresenta diversas mudanças em relação ao “Mal dos Trópikos”, que soma cerca de três milhões de execuções no Spotify e Youtube. A principal delas se refere à forma de que o rapper encontrou para se expressar. Makalister está rimando mais simples (mas ainda complexo) e escrevendo textos com mais mensagens de esperança, conforme contou em contato com o Rifferama. A sonoridade também aponta para outro caminho – mais orgânica e musical.

Eu gosto de falar que antes do “Mal dos Trópikos” escrevia coisas que precisava falar, depois comecei a escrever coisas que eu precisava ouvir. Devido às experiências que fui adquirindo comecei a trazer uma mensagem um pouco menos intimista, comecei a falar sobre o que recebia e sentia em relação ao mundo. Esse é o ponto que diferencia os textos desse álbum para o “Mal dos Trópikos”. Ele é melhor de se ouvir, tem mais mensagem, muitas linhas eu não rimo, quis fazer algumas letras mais simples, não de entendimento, mas em questão de vocabulário. Esse álbum traz mensagens muito melhores do que as que eu trazia.

“Extravagância e perfume” traz 12 faixas foi gravado ao vivo no estúdio no estúdio 1Hz por Rafael Augusto (A Pedra que ronca), com apoio de Lucas Romero na captação das vozes e riscos/efeitos sonoros do DJ Tuna13. Todos os beats foram criados por Makalister e os instrumentais foram mixados pelo rapper com auxílio de Efieli durante a pré-produção. O álbum, que tem participações de Jovem Esco, Beiço da Boldo, Arit e Kia Sajo, foi masterizado por Nery Bauer, em Criciúma.

A pedido do Rifferama, Makalister comentou sobre o novo trabalho. Confira.

Processo de gravação 

“Esse álbum veio diferente. Comecei a mixar as batidas já mapeadas no tamanho que queria e levei para o Efieli finalizar, foi uma coisa rápida, de uma tarde, só corrigiu algumas coisas. Aí levei as batidas mixadas para o estúdio. Já conhecia o trabalho do DJ Tuna13, sempre tive boas referências. Ensaiamos essas músicas do novo álbum para um evento que acabou não acontecendo, e aí veio a grande chave, o estopim do álbum. Pensei em gravar ao vivo com ele riscando as batidas e botando efeito na minha voz. Peguei tudo isso, juntei as versões que mais gostei e fiz a mixagem, depois enviei para o Nery Bauer, que fez a masterização”.

Sonoridade mais orgânica 

“A sonoridade mudou bastante, em muitas músicas a bateria está bem camuflada, como nas faixas um, quatro, seis e oito, trazendo uma textura mais cremosa para as instrumentais e não tão seca como tinha no “Mal dos Trópikos”. Os timbres eram mais secos, agora quis tentar fazer algo mais orgânico, mais musical. A primeira faixa, que leva o nome do álbum, traz bem o que quero passar: uma batida calma, tranquila e uma rima sem muita agressividade nas palavras”.

Discurso diferente 

“O ‘Mal dos Trópikos’ trouxe uma característica bem cinematográfica, com rimas metafóricas, essa pegada de jogo de palavras, referências de filmes e literatura. Era a forma que eu tinha para conversar, a forma que escrevia e acabou mudando. Pra mim isso é ótimo. Foi um álbum que saiu bem feito, completo e maduro, mas eram músicas que tinham dois, três anos. Desde que lancei esse disco já estava partindo para outra parada. Nesse álbum tentei trazer algo mais bonito.

Atualizado

Eu sempre estive correndo atrás do tempo para colocar tudo o que ando criando, lançar algo realmente atual, que coincida com o que ando pensando, me motivando e acreditando. Esse álbum tem bastante disso, a maioria das músicas fiz no ano passado. Enquanto não terminava a mixtape lancei os singles com o Beli Remour, foram quatro músicas bem diferentes das do álbum, elas têm uma vibe totalmente diferente, mas também têm muito a ver com o que ando fazendo. Tenho feito muitas músicas com o Beli, estamos preparando um trabalho nosso também”.

Foto: Matheus Moura

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

4 Comentários

  1. Muito bom, a carreira do Makalister tem algumas fases que são marcadas por mudanças e todas são boas, meu trampo favorito é provavelmente o Laura Miller Mixtape, tava meio preocupado quanto a esse trampo novo pq particularmente não chapei nas que saiu com o Beli, gostei mas não viajei; então veio o álbum e eu achei sensacional, o bicho acertou de novo, gostei bastante - especialmente de Gana, Sabes Que Sou Assim, Novas do Minério Finges Que Não Sabe e minha favorita Heart Healing.

  2. Eu achei esse álbum sensacional, hora lembra um um rock progressivo, logo vem uns claps pesados que lembra bastante oq foi feito no álbum Astroworld. Parabéns maka, por se reinventar cada vez mais, como um ser em transformação que sou, como um rio, que nunca é o mesmo... Haha, só me basta prestigiar o trabalho desse belo artista! Torço para que vc consiga ganhar uma boa grana e viva bem através da tua arte.

    1- Makalister Renton mixtape - foda-se p tudo sou jovem.
    2- Extravagância e perfume - Belo.
    3- Mal dos trópikos - já provei tudo q sou yeah.
    4- Laura Muller mixtape - diferente de tudo.

  3. Eu não acho que está "melhor" de ouvir. A sonoridade no Extravagancia e Perfume eu achei bem mais experimental e por isso não considero "melhor" de ouvir, ainda to digerindo as faixas, e vou demorar muuuuuito pra digerir tudo, mas é uma boa mixtape. Eu comecei a ouvir o maka já com um certo preconceito, por assim dizer. Eu não curtia esse lance de falar em metáfora e referencias a filmes etc. Deve ser uma frescura minha, não sei, aprendi a gostar. Ainda considero o Mal dos Trópikos o melhor trabalho dele, corpos de cera no incendio e quando as sombras brilharem me arrepiam todin até hoje.

  4. "Eu sempre estive correndo atrás do tempo para colocar tudo o que ando criando, lançar algo realmente atual, que coincida com o que ando pensando, me motivando e acreditando"

    Obrigada por essa frase!

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