O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis e Biguanet Informática
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
Em 2010, compositora e produtora cultural Rayra Nayna Martins Duarte, a Mana Moa MC, morava em Marília (SP) e começou a rimar e entrou de cabeça nos movimentos sociais. Corta para 2015. Vivendo em Florianópolis, a rapper conheceu a Batalha das Minas e, a sua participação no evento, rendeu um convite para entrar para o coletivo Trama Feminina, que revelou outras MCs como Versa e Clandestina, e que trouxe para Mana Moa a vivência de artista, de palco, de composição. O primeiro lançamento solo veio em 2019, com “Levante Ubuntu” e desde então vem construindo a sua carreira na base da luta. Já são outros dois singles, uma mixtape, compilada em 2020, o álbum “Mun.Duo”, que saiu no ano passado e vem sendo divulgado a partir de videoclipes — até o momento já foram produzidos três: “Pretexto pro protesto” (2022), “Teoria empírica” (janeiro) e “Âncora” (março).
O 2023 de Mana Moa MC promete ser intenso. Além de gravar mais dois videoclipes de músicas do seu último álbum, a artista tem outros trabalhos engatilhados, como a primeira parte de “Poderosa chefona”, seu projeto mais ambicioso até agora, que será lançado em abril, e um EP audiovisual, produzido por Ojizzy (O Garoto dos Brilhantes), de Joinville, que narra em episódios a sua história enquanto mulher preta, mãe e rapper. O registro foi contemplado pelo Prêmio Elisabete de Estímulo à Cultura 2022. Em contato com o Rifferama, Mana Moa falou sobre o tema de “Poderosa chefona”, que é um trap funk para tocar na balada, e dos seus planos para este ano, que incluem a participação das etapas do Formemus Lab, mostra de música do Espírito Santo em que foi selecionada: se você puder apoiar a ida da artista para o evento, clique aqui.
— “Poderosa chefona” é a maior produção que já fiz até hoje, vem trazer uma referência ao filme, mas substituindo no lugar do poder, eu, uma mulher preta, e traz essa reflexão sobre o racismo estrutural, de como seria a sociedade se não fosse comandada por pessoas brancas. Ela é uma música mais de pista, que aborda a minha vivência como mulher MC. Estamos criando o roteiro das partes dois e três e buscando um edital para financiar. Dentro desse processo escrevi um projeto de um EP visual em animação, que já foi gravado e agora está em processo de construção dos episódios, até outubro ou novembro teremos esse trabalho nas plataformas para as pessoas conhecerem de perto a minha história desde a infância. Estou entendendo o valor do que eu faço e na luta para desenvolver o meu trabalho.
Foto: Ligia Fagundes