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Ricardo Seola escreve trilha para filme de Marcos DeBrito

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O catarinense Ricardo Seola vive em Milão (ITA) desde 2016, onde atua como diretor de criação em uma empresa de tecnologia e professor de fotografia. Na última semana (7 de abril), o músico liberou nas plataformas digitais a trilha sonora do filme “As almas que dançam no escuro”, de Marcos DeBrito. De acordo com Seola, que é natural de Florianópolis, mas cresceu em Rio do Sul, o longa deve ser lançado comercialmente em setembro após passar por alguns festivais de cinema pelo mundo.

A parceria entre os dois é antiga. O músico e compositor fez a trilha para outro trabalho do diretor e escritor, “Apóstolos”, de 2017, premiado no Brasil e na Itália. A primeira colaboração, no entanto, ocorreu em 2005, em Florianópolis, quando DeBrito dirigiu o primeiro clipe da banda Z?, “Um bom lugar”, que chegou a ser veiculado nos canais MTV e Multishow. As  músicas de “As almas que dançam no escuro” foram produzidas e mixadas por Seola e masterizadas por Renato Pimentel no estúdio The Magic Place.

Para compor a trilha sonora do filme, o músico utilizou quatro orquestras virtuais. O único instrumento real tocado nas músicas foi um sintetizador analógico polifônico. A colaboração do cineasta foi fundamental durante o processo de escrita, que começou baseado apenas no roteiro, já que a película estava em produção. Em contato com o Rifferama, Seola falou sobre os desafios de criar sob encomenda. O resultado estético obtido é bem diferente do seu primeiro álbum, o terno “Santa Monica” (2019).

— Trilhar sozinho não é a mesma coisa que ter uma orquestra à disposição, obviamente. Nesse caso eu preciso programar nota por nota pra cada cena do filme. Cada novo “rolo” que chegava era adaptado para que o som respeitasse a imagem. A música não pode ser protagonista em um filme, ela está ali pra servir. Essa é a maior diferença entre compor pra alguém e compor em projetos solo. Fizemos muitas reuniões assistindo juntos cada passagem, o Marcos em São Paulo e eu em Milão. Muitas vezes eu sentia uma coisa em determinada cena, mas a pegada deveria ser outra pra que fizesse sentido na história como um todo.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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