Tapete Tapete resgata o stoner na Ilha com primeiro álbum

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A Tapete Tapete (assim mesmo) se intitula como uma banda de indie stoner psicodélico. A base do som do quarteto, que é formado por Artur Lopes (voz e guitarra), Carlos Vinicius (baixo), Leonardo Antunes (sintetizadores) e Gustavo Martins (bateria), são os riffs lentos e pesados inspirados em nomes como Queens of the Stone Age e Kyuss. Foi por causa do guitarrista Josh Homme, inclusive, que Tui Lopes descobriu o tipo de som que gostava. O segundo passo foi comprar um oitavador, que juntando com a sujeira do pedal fuzz, deu o que o músico precisava para poder compor sozinho. E foi dessa forma que o guitarrista e vocalista concebeu o álbum do grupo, “Premiada Tapeçaria Borges”, em referência à lenda do rock progressivo Premiata Forneria Marconi, outro estilo que influencia a estética da Tapete Tapete. Tui Lopes escreveu e gravou todo o repertório do disco, com exceção das baterias.

A escolha por produzir dessa forma, de acordo com o vocalista e guitarrista, se deve a dois motivos. O primeiro para acelerar o projeto, que teve mixagem de Carlos, o verdadeiro, e masterização de Pedro Lucas “Adieu”. O segundo e principal vem de uma dificuldade de trabalhar as ideias em conjunto. “Já tive muitas tentativas de banda que se não tem um cara que bate no peito e pega a responsabilidade, a parada não vai para frente. Eu não me sinto à vontade de testar coisas quando estou tentando criar, compor sempre foi uma coisa muito íntima, infelizmente não consigo compor com outras pessoas”, explicou. A Tapete Tapete lançou o seu single de estreia, “Eu não sei dançar”, em fevereiro, uma música mais direta e curta: o álbum tem sete faixas e 26 minutos de duração no total. Neste domingo (23), o grupo se apresenta no Inferninho do Bro Cave e divulga mais um som, “Televisão” — o disco deve sair ainda no primeiro semestre. Em contato com o Rifferama, Tui Lopes falou sobre rótulos e a formação da banda. 

— Eu não diria que é uma banda de stoner, mas que o stoner é a força motriz da parada. Vem de ouvir o “Songs for the Deaf” (QOTSA) pela primeira vez, aquele riff da primeira música fez eu saber que gosto de riff grave e pesado. Quando comprei um oitavador e juntei com fuzz mudou a minha vida. Eu sempre toquei sozinho, ter esse equipamento abriu um leque muito grande de coisas que eu poderia fazer, de dinâmica. Tem música em que o stoner não é tão evidente, mas que volta e meia vai vir alguma coisa que remete, um riff pesado, é assim que eu componho. O disco na íntegra é indie stoner psicodélico, essas são as três coisas que imperam, mas tem uma faixa que é shoegaze total, dá para ver a influência do prog no projeto também. Eu queria muito ter uma banda, escrevi algumas músicas, gravei as demos em casa e levei para o Gu (baterista). Não conhecia muita gente em Floripa, apareceu o Carlos (baixista) e foi uma adição perfeita pra banda. A gente sempre tocava em três, mas nas composições faltavam alguma coisa, ter o synth (Leonardo) deu um charme a mais, uma preenchida que ajuda bastante.

Ficha técnica

Composição, letra, voz, guitarra e baixo: Artur Lopes Schimidtz
Bateria: Gustavo Martins
Mixagem: Carlos, o verdadeiro (Carlos Daniel de Lima)
Masterização: Pedro Lucas “Adieu”
Captação bateria: Tullio Capanema
Arte da capa: Carlos Vinícius Moreira Vieira

Foto: Marcel Júnior