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O cantor e compositor Alexandre Netto fez uma escolha difícil para construir a sua carreira na música. Fã de música norte-americana e nomes como Bruce Springsteen, Elvis Presley e The Killers, o artista natural de Balneário Camboriú, região Sul do estado, se encantou pelo ritmo e, principalmente, pelas letras do country após conhecer o supergrupo The Highwaymen (1985-2002), que trazia na sua formação os lendários Johnny Cash, Willie Nelson, Waylon Jennings e Kris Kristofferson. As primeiras canções foram apresentadas em 2020. Em um espaço de um mês, entre outubro e novembro, o catarinense divulgou dois singles e um EP. Após quase três anos sem lançamentos, Netto retomou as produções com duas faixas: “Bar Downtown”, que saiu em setembro”, e “Overtime”, publicada em outubro nas plataformas digitais.
Enquanto “Bar Downtown” é uma música mais simples, inspirada nos sucessos dos anos 90 de Alan Jackson e George Strait, “Overtime” traz uma pegada mais moderna, misturando o country com outros estilos como o rock e o pop, e conversa com a estética adotada por artistas contemporâneos como Luke Combs, Morgan Wallen, Jason Aldean, entre outros. “Bar Downtown” teve as participações dos norte-americanos Jason Roller (violino) e Austin Crum (guitarra) e foi escrita para pensando no público do bar Old West, em Içara, onde toca há dois anos. “Essa música vem muito de eu estar tocando nesse bar desde que inaugurou. O dono gosta muito de música country e cedeu espaço toda sexta-feira para ter uma banda de country, tem sido uma experiência bem legal”, afirmou. Em contato com o Rifferama, Alexandre Netto falou sobre a dificuldade de fazer música country no Brasil e dos seus objetivos.
— Quando conheci The Highwaymen eu pirei e fui escutando cada artista individualmente. Achei muito massa como são construídas as músicas no country e o conteúdo lírico, que é o diferencial do gênero. No Brasil, infelizmente, country hoje tem um público mais velho. O que mais me frustra como um cantor que gosta de escrever é que as pessoas querem saber do instrumental. Podes escrever o maior poema da tua vida, mas tem que ter o toquezinho, aquela pegada Alan Jackson. “Bar Downtown” foi a música mais simples que escrevi, nessa pegada anos 90 que o pessoal gosta, e deu certo. Contei com dois americanos que gravaram o instrumental, o Jason é músico de turnê para o Alabama e o Austin Crum toca guitarra para o Josh Turner. O country é um gênero limitado, pelo menos aqui no Brasil, não tem uma cena forte, meu objetivo é expandir o gênero, trazendo modernidade sem perder a tradição. Eu não paro de escrever, estou compondo, mas produção de qualidade tu gasta, estou buscando um jeito de produzir as minhas músicas.
E meu objetivo é trazer expandir o gênero, trazendo modernidade sem perder a tradição
Foto: Ricardo Machado
