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Beli Remour abre trilogia bizarra com single com Makalister

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Todo dia, o cantor, compositor e produtor musical Beli Remour senta no seu estúdio na Rua Heriberto Hulse, também conhecida como Rua Velha, na Serraria, para fazer um beat. Nem sempre sai uma música, mas o ritual é sagrado, quase sempre acompanhado pelo parceiro Makalister, que mora numa casa no mesmo terreno. Essa proximidade, que começou antes de cruzarem os seus caminhos na música, refletiu numa parceria tão forte que hoje é quase impossível dissociar uma figura da outra. E assim nasceram os dois volumes do álbum “Ondas”, que neste ano terá uma terceira e última parte, com outro nome, e incontáveis feats. Nesta quarta-feira (20), Beli lançou o single que abre a trilogia “Deus e o diabo na orgia do capital”, que traz a participação do Jovem Maka, obviamente. “Tem vezes que eu faço um beat muito bonito, guardo e faço só eu. Antes de ser artista nos conhecemos como amigos. Ele chega na minha casa e vê que estou fazendo um beat foda, mesmo se eu não quiser ele vai participar. E vice-versa”, contou. “Montparnasse, São José”, fala da experiência da dupla na Europa, ganhou um videoclipe assinado por Marília Pierro.

Os três álbuns, mais o “Ondas 3”, serão lançados neste ano, além de outro trabalho completo de Makalister. A trilogia de Beli Remour, que foi produzida em grande parte pelo próprio artista, com exceção de algumas alterações do parceiro e também do produtor Efieli, terá o mesmo conceito, mas a sonoridade é livre e nova na carreira do músico. A proposta é ser minimalista, com quase nada ou sem bateria mesmo, para não haver nenhuma barreira que dificulte o entendimento do que está sendo dito. “Montparnasse, São José”, que tem um instrumental guiado por um sample de piano, já adianta a estética que será adotada nas obras, que terão entre sete e nove faixas cada uma. Além de Makalister, “Deus e o diabo na orgia do capital” terá a participação de FRAJ (Kodak Ninja), da cantora 1LUM3, presente no álbum “Galos e cerâmicas: Uma peça sobre o tempo” (2020) e em outros trabalhos, e Victor Kuhnen, fiel escudeiro da dupla. Em contato com o Rifferama, Beli Remour comentou sobre o direcionamento musical desse projeto, classificado como psicodélico e bizarro.

— Esse ano tem uma trilogia de álbuns que são um só, vou separar para dar tempo de respirar e todo mundo poder ouvir, mas o conceito será o mesmo, sobre toda essa maldade que o mundo causa na nossa cabeça e essa confusão. O primeiro disco é o catalisador de tudo, os outros são mais uma mixtape. Está tudo pronto. A minha sonoridade é algo que é livre, vou sendo guiado pelo que eu gosto, quando o som é mais cantado, gosto de cantar da forma que eu sei cantar e gosto de ouvir. No “Galos e cerâmica” que tem os rap junto e é mais cantado, segui a lógica de criar um universo, é o Beli fazendo feat com o Beli. Ir atrás de uma pessoa que cante um refrão, que cante, é muito trabalho, quero fazer vou lá e canto. Se não tiver ninguém, eu rimo, vou fazer o beat, o que tiver que fazer pra música ficar boa do jeito que eu quero. “Deus e o diabo na orgia do capital” vai ser bem mais rap, cru, às vezes até psicodélico, com uns beat minimalista. A ideia é usar o mínimo. Como tem essa temática, eu quis que as palavras tivessem um impacto maior do que qualquer outra coisa no disco. É a mensagem pela mensagem, mas com uma sonoridade bonita, sem perder a parte musical. É algo bem novo ainda, o primeiro single demonstra bem qual vai ser a vibe, depois ele vai ficando cada vez mais bizarro. 

Foto: Marília Pierro

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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