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Bizibeize reafirma nova estética no álbum de estreia, “Aura”

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Uma das coisas mais gratificantes de conhecer uma banda desde o começo é acompanhar a sua evolução. Nesses dez anos, a Bizibeize mudou de formação quatro vezes, fez dois EPs (em 2013 e 2017) tocando punk rock e hardcore, e desde a pandemia vem mostrando um sonoridade diferente, com referências do rock alternativo dos anos 90, principalmente o grunge e o lado experimental. Nesta segunda-feira (3), o quarteto formado por Vitor Graf (voz e guitarra), Leandro Lazzarotto (guitarra e voz), Cainã Vargas (baixo) e Gustavo Borges (bateria e voz), divulgou o álbum “Aura”, que reafirma essa nova proposta estética. Com sete músicas, incluindo os singles “Imagina só” e “Não sai da minha cabeça” e uma faixa escondida, o material foi produzido pela própria banda: Lazzarotto cuidou do áudio e Graf ficou responsável pela parte gráfica. “Aura” tem as participações de João Vinícius (Koketel) e Rafael Meksenas (Seu Luiz e Os Enfurnados) e terá festa de lançamento nesta quinta-feira (6), no Desgosto, com Oyster e DJ Moka.

O álbum de estreia da Bizibeize é importante por várias razões. Por ser o primeiro, logicamente, mas também pelo grupo ter assumido o controle de todos os processos, fato decisivo para o som apresentado em “Aura”. Desde 2013, a banda trabalhou com os produtores Ivan Beretta, Leo Sabba, Hique d’Avila e Billy Maia, e teve dois singles masterizados por Chris Hanzsek (Green River, Melvins, Soundgarden, etc.). Mas ninguém melhor do que alguém de dentro, que sabe o que está fazendo (Lazzarotto já gravou Dirty Grills, Casa Laranja, Mudness, entre outras), para dar aquele tratamento especial nas músicas. E como tudo foi feito em casa, a capa do disco traz um desenho da filha do vocalista, Nina, de apenas quatro anos. Em contato com o Rifferama, Vitor Graf, que é o principal compositor da Bizibeize, falou sobre o conceito do disco, que tem uma unidade, tanto na parte instrumental quanto nas letras.

— As músicas têm uma linha composicional, um link entre uma e outra, elas foram criadas em um período próximo e têm um conceito parecido, uma coisa mais clean, mais pesada, altos e baixos. Eu vi uma matéria sobre o professor Charcot (Jean-Martin Charcot, 1825-1893), precursor nos estudos da psicanálise, dessa coisa de trazer a psique para a medicina científica, e esse estudo que vi era aprofundando a histeria. Ela é dividida em quatro subclasses de avanços e a primeira delas é a aura, onde ficam os olhos inquietos, essa coisa de se descolar da realidade, não saber se é imaginação, achei que tinha tudo a ver com o que a gente estava falando. Com esse conceito peguei um quadro da minha filha e fiz a capa do disco. Criança não tem os bloqueios e esse engessamento que os adultos têm na vida, ela é livre, muitas vezes diz coisas literais que não são baseadas na realidade, mas o que ela entende das coisas. A gente nasce é livre, mas se torna fechado no crescimento, saímos de uma loucura para entrar em outra. Talvez possa ser um conceito. 

Foto: João Vinícius

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Sempre mandando bem demais no texto! Foda

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