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Bosque dos Faunos: a história de uma vida dedicada à música

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O palhocense Naure Sell é um criador inveterado. Entre músicas, poemas, contos e crônicas são mais de três mil trabalhos desde que começou a escrever, em janeiro de 1987. “Ou é isso ou cairia na tarja preta”, contou o compositor. Até o ano passado, quando reuniu 128 textos no seu primeiro livro, “O tempo e o templo de deus”, que foi distribuído para amigos próximos, Sell não tinha nada publicado. A partir daí, o artista divulgou mais uma obra literária, “Estações” (2023), e enfim, lançou o álbum de estreia do Bosque dos Faunos. “Quatro luas” foi publicado em fevereiro e está disponível apenas no canal do Youtube do projeto, que já soma 20 mil visualizações. Produzido no Studio Flat por Naure Sell e Julio Silveira, o disco começou a ser gravado em 2020 e traz 19 canções, sendo duas parcerias e cinco com letras de Anderson Soares, companheiro de longa data.

“Quatro luas” teve a participação de mais de dez músicos, incluindo o tecladista Riva Silveira, que faleceu em maio e foi o grande parceiro nessa empreitada (e na vida, eram amigos há mais de 40 anos). Autor de mais de 400 músicas, Naure Sell começou gravando mais de 40 composições até chegar no repertório do álbum. As influências são muitas, do hard rock setentista ao jazz, passando pelo folk e a música erudita, as letras também apresentam temas diversos. Aos 52 anos, o artista não quer mais perder tempo. Agora que sentiu o gosto de compartilhar as suas canções o público, o objetivo é deixar a maior quantidade de material disponível nas redes. Em contato com o Rifferama, Sell falou sobre a sua história com a música e o que vem pela frente após “Quatro luas”. Neste ano, o Bosque dos Faunos deve finalizar a faixa que dá nome ao projeto, uma suíte progressiva de aproximadamente 30 minutos.

Eu realmente escrevo em grande quantidade. Teve um domingo recente que escrevi 55 poemas numa tarde. Tenho umas centenas de músicas, seis livros prontos e estou escrevendo outro sobre o Bob Dylan, de quem sou fã há quase 40 anos. O Bosque dos Faunos surgiu da necessidade de gravar essas músicas compostas desde o fim dos anos 1980. Quero mostrar o máximo de material possível enquanto estiver vivo. O que eu puder ir gravando e lançando, se eu puder fazer três por ano, vou fazer. Gosto de escrever em parceria. A minha segunda música já foi feita com o Anderson Soares, em 1987, que tem cinco letras no “Quatro luas”. A sonoridade do Bosque é uma amálgama de tudo que a gente ouvia e curtia. O álbum levou muito tempo para ser gravado, pois eu estava num ímpeto de registrar muitas músicas, iniciamos com 48 e coube a mim a escolha do material. Me sinto bem no estúdio, é a minha segunda casa, e o Julio Silveira (produtor) acabou se tornando um amigo.

Ficha técnica

Naure Sell: Produção, voz, violão, guitarra, bandolim, baixo e coro
Riva Silveira: Teclados
Julio Silveira: Produção, captação, mixagem, masterização, guitarra, baixo, teclados, bateria e percussão
Tony Wagner: Bateria
Lú Pimenta: Voz
Ellison Wilamil: Baixo
André Viana: Bateria
Alexandre Patricio: Baixo
Gio Araujo: Guitarra
Mathias Hillesheim: Baixo
Rafael Suris: Baixo
Bruno Natalio: Bateria
Natasha Sell: Voz

Foto: Edson José Paulo

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Parabéns Daniel pela reportagem. Acompanhei de perto essa trajetória. É isso, vida dedicada a música e a literatura Obstinado, talentoso e muito criativo esse amigo de vida toda. Vida longa aos poemas, as canções e ao cantautor.

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