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Cada vez mais abrasileirado, Pevê divulga álbum “Cantar”

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“Cantar”, quarto álbum do cantor, multi-instrumentista e compositor Paulo “Pevê” Valério, lançado no dia 12 de janeiro, talvez seja o seu trabalho mais especial. Certamente, é o disco mais eclético desde que começou a apresentar as suas músicas ao público, trajetória que teve início em 2018 com “Pevê I” — os seguintes, “Pevê II” e “Pevê III”, saíram em 2020 e 2021, respectivamente. O excesso de cores, no entanto, chegou a ser considerado um problema pelo artista, mas por sorte foi uma ideia passageira. “Apesar de ele abordar várias vertentes, “Cantar” tem uma coesão, é colado em ser uma produção minha, que traz as minhas características, meu jeito de escrever, tocar e arranjar”, explicou. Pevê gravou praticamente todos os instrumentos, com exceção da bateria, executada por Leandro Pirata, e as participações de Alexandre Green (piano, piano elétrico e órgão Hammond) e outros dois convidados especiais, que são assunto para o próximo parágrafo. Captado em três estúdios, entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2023, o material foi mixado e masterizado por Nycollas Medeiros.

A principal referência em “Cantar” é a música brasileira dos anos 70. O folk, o rock rural, a psicodelia, mas não só isso: o álbum tem até espaço para uma bossa e também para influências latinas. Sá & Guarabyra e Clube da Esquina são bons nomes para começar a entender a estética desse trabalho, que traz todas as facetas de Pevê como instrumentista. Nas dez canções do disco, o músico toca guitarra, violões (aço, nylon, seis cordas e 12), lap steel, bandolim, baixo, pianos, sintetizadores e cuatro venezolano, instrumento de cordas que descobriu ouvindo a obra de Beto Guedes. Outro ponto de destaque do disco é a faixa de encerramento, “2020”, que traz Willy Verdaguer no contrabaixo e Marcelo Frias na bateria, simplesmente a cozinha dos Secos & Molhados, reunidos (provavelmente) pela primeira vez desde os tempos em que tocavam com Ney Matogrosso. Em contato com o Rifferama, o artista falou sobre a sonoridade variada de “Cantar” e a experiência de ter dois ídolos no seu álbum.

— “Cantar” vai para várias direções por ser fruto das minhas pesquisas musicais e do que eu escuto, compro e coleciono desde garoto, que passam por várias correntes e isso se reflete nesse álbum na medida em que eu idealizei tudo e fiz por conta própria. Foi um melhor pra dentro de mim. Desde o meu segundo disco, inteiramente acústico, eu tenho inserido cada vez mais elementos de música brasileira. Gosto muito de rock rural e nesse disco isso vem à tona, é uma tendência para os próximos trabalhos. Sou do rock and roll, mas sou da música brasileira também, nasci aqui, falo português. Quando escrevi “2020” era um período difícil pra todo mundo, fala daquela angústia da pandemia e ela remetia aos anos 70, precisava ter uma cozinha que fizesse jus a esse sentimento. Secos & Molhados é uma influência grande, das guitarras, os arranjos de piano, baixo e bateria. Tenho essa proeza de ter reunido a cozinha dos Secos & Molhados no meu disco. Até onde sei, ninguém fez isso. São dois músicos importantes para a música brasileira dos anos 70. É uma honra, acho que isso engrandece o álbum. 

Foto: Claudia Laurent

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Ansiosa pra ouvir esse trabalho!
    Sei do carinho do PV com suas músicas e criações.
    Quero o meu!
    Sucesso!

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