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Cansada de viver o mesmo ciclo, Amazona se torna referência

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A cantora, compositora, MC, produtora cultural, trancista e dreadmaker Gabriela dos Santos Batista, a Amazona, tem 23 anos e muita história pra contar. Natural de Joinville, a artista começou no rap em 2018 e já é uma referência na região, organizando eventos na cidade, como a Central das Rimas 047 (hoje Central do Hip Hop) e o Encontro das Ruas, que faz parte da programação oficial do Festival de Danças de Joinville — a 40ª edição acontece entre os dias 17 e 29 de julho no Centreventos Cau Hansen. Representante do movimento no CMPC (Conselho Municipal de Política Cultural), Amazona ficou um tempo longe das produções por conta de todas essas atividades de gestão, mas voltou em grande estilo com o single “Weary”, com produção de Marcus Cian e lançado em fevereiro nas plataformas digitais.

“Weary”, que significa cansada em português, pode ter muitas interpretações, explica a vida de uma pessoa preta vítima de racismo numa cidade de forte colonização alemã, mas também fala sobre ir atrás do novo, de não se contentar em fazer parte do mesmo ciclo. Apesar das dificuldades, Amazona vem recebendo grandes oportunidades: trocou de emprego, atuando como produtora cultural do Instituto Festival de Dança de Joinville, foi convidada para participar do Brasil Grime Show 2022, evento no Rio de Janeiro, e também compôs uma trilha sonora para um espetáculo para orquestra, momentos que impulsionaram a MC a trabalhar novamente nas suas músicas. Em contato com o Rifferama, a artista falou sobre os seus planos para o futuro, que incluem a gravação de um álbum com banda, misturando o rap com o reggae e a MPB.

— “Weary” fala sobre estar cansada de ser preta numa cidade alemã, de representar o hip hop e ter que sobreviver, produzir, trabalhar, fazer tudo ao mesmo tempo. E quando chega o momento de descansar a gente se sente inútil. A vida não é igual no Instagram. Estava cansada de muitas coisas e deixar muitas coisas pra trás, mas troquei as estratégias, de emprego também, e está dando certo. Estou trabalhando num EP de drill que pretendo lançar até o fim do ano. Meu primeiro álbum foi de boom bap, o segundo foi de love song, o terceiro vai ser de drill e o próximo vou trabalhar com banda, um projeto mais reggae music e MPB. Sou rapper, mas não gosto de me limitar, quero trabalhar com todos os estilos de música, gosto de ser versátil nisso. Vamos tentar escrever projetos e fomentar a cultura do hip hop o máximo possível.

Foto: Loma Boutique

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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