Caraudácia: Pronta para voar. Foto: Eduardo Valente

Caraudácia: Obra-prima de cores e sons brasileiros

Foto: Eduardo Valente

A Caraudácia, formada em 2012, em Florianópolis, conquistou fãs antes mesmo de ter um trabalho para apresentar na praça. Esse público, que tinha à disposição dois ou três clipes no Youtube, conheceu a música espontânea do grupo nos shows e financiou a gravação do primeiro disco, um dos mais aguardados do ano.

A expectativa criada em torno do álbum foi correspondida à altura, como diria qualquer jogador de Avaí ou Figueirense. Disponibilizado oficialmente nesta quarta-feira (4) para audição, junto com o site oficial, “Caraudácia” é uma obra-prima, candidato a melhor disco lançado em Santa Catarina em 2015. Apesar de não concorrer ao 3° Prêmio da Música Catarinense, o sexteto compete na categoria banda.

A originalidade, desde o figurino, passando pela arte gráfica, assinada por Augustin de Lassus, ao som, que mistura ritmos brasileiros, levou a Caraudácia a tocar no Circo Voador, no Rio de Janeiro, em um dos maiores festivais de bandas independentes do Brasil. Para participar do evento no ano passado, o grupo foi um dos 24 mais votados (entre mais de mil de todo o país) no concurso promovido pelo WebFestValda.

O disco (baixe) abre com “Ginga”, que traz todos os elementos que representam a Caraudácia. Percussiva (são três instrumentistas), com os vocais no improviso de Bob Coutinho, os solos de Guilherme Natel (guitarra e voz), e os metais da dupla Carlos Schmidt e Braion Johnny, da Brass Groove Brasil, a música tira um sorriso do rosto. François Muleka divide os vocais com Lucas da Vila na encantadora “Arte-roda”.

Existem bandas que duram uma vida e falham miseravelmente em criar uma identidade própria. “Quase Nada” nasceu clássica, ainda em 2013. A regravação deixou a composição ainda mais rica e global. É a “Vista do Canal” da Caraudácia, um novo hino da música catarinense. Comparações com a Tijuquera à parte, temos aqui um disco que será exaltado daqui dez anos, sem exagero.

Duvida? Escute “Passarinho N’ovo”, permeada pela Fender de Natel, que além de criar fraseados elegantes também empresta a sua voz para a canção. A dupla formada com Lucas da Vila, aliás, se destaca durante todo o álbum. Eles se completam. Jana Gularte participa de “Loucura Madura”, a mais leve e pop do repertório. “Samba na Vida”, primeiro single, fecha o disco, que aponta a Caraudácia como a grande novidade musical de Floripa.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. O disco também está disponível no Soundcloud neste link: https://soundcloud.com/caraudacia/sets/caraud-cia-2015

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