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Da cozinha para as plataformas: Choro Xadrez divulga álbum

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O Choro Xadrez é uma roda que existe desde 2011, em Florianópolis, para reunir os amantes do choro, do samba e do forró. Os encontros, que acontecem quase toda semana, às quartas-feiras,  são frequentados por músicos, mas também por aqueles que vão apenas para ouvir o show de improvisação que rola na cozinha da casa de Álvaro Fausane (violão 7 cordas) e Pedro da Costa (flauta transversal), no Rio Tavares, Sul da Ilha — mais informações sobre a roda aqui. Após quase doze anos de atividade, muito material foi composto pela dupla, que decidiu gravar um álbum do grupo. “Choro Xadrez”, que teve a participação de 20 pessoas, entre instrumentistas e equipe técnica (veja a ficha técnica abaixo), saiu no dia 15 de agosto nas plataformas digitais e foi viabilizado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura 2022. Além das oito faixas, o repertório do disco ganhou um Songbook com as partituras (e as histórias por trás delas) para facilitar a execução das músicas na roda.

Sem querer reinventar a roda, Álvaro Fausane e Pedro da Costa escrevem inspirados nos mestres do gênero, como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Chiquinha Gonzaga, entre outros, adicionando guitarra, baixo e acordeon, instrumentos que não são clássicos em uma formação de choro. O repertório de “Choro Xadrez” também é eclético: são choros, valsas, maxixes e samba de gafieira. A composição nesse primeiro registro foi dividida, o violonista escreveu duas, o flautista duas e outras três foram feitas em dupla. O tema “Coração preto & branco”, da pianista Mari Leonel, fecha a lista de canções. Em contato com o Rifferama, Fausane afirmou que a ideia principal do álbum é fazer com que ele tivesse uma das características principais da roda, que é a improvisação. Outro ponto importante para a diversidade do material foi a escolha do time para a gravação. Cada faixa teve uma banda diferente, digamos, sendo que participaram no total 17 músicos.

— Nossa roda já teve várias fases, pessoas que frequentaram por anos, cada momento temos um grupo novo, pessoas que aparecem do nada, sempre tem uma galera que nunca veio. Isso que é o tempero da roda, de agregar todos. O nosso estilo de tocar não é muito ortodoxo, a gente gosta de cada instrumento mostrar a sua voz ali. A roda permite que a gente toque com gente diferente o tempo todo. Como as pessoas entendem da linguagem do choro, sempre flui legal. O período da pandemia foi um grande catalisador, rolou muita composição. Como improvisadores que somos, vão surgindo temas, alguns deles ficam e começamos a desenvolver. Nem tudo o que a gente faz se toca na roda, às vezes é legal tocar coisas que as pessoas conhecem para poder dar certo. A gente não está inovando em nada, estamos seguindo a tendência da tradição do choro, fazendo isso com a nossa percepção, com os desafios da nossa geração e com a característica da nossa roda, que tem essa questão do improviso.   

Ficha técnica (Em ordem de aparição)

Álvaro Fausane: violão 7 cordas, bandolim, piano, composição (Faixas 2, 4, 5, 7 e 8) e produção
Pedro da Costa: Flauta transversal, assobio, composição (Faixas 1, 5, 6, 7 e 8) e produção
Fernando Girardi: Cavaco
Tom Cykman: Guitarra
Carolina Cherfem: Pandeiro
Guilherme Ledoux: Bateria
Fábio Carlesso: Baixo
Carlos Schmidt: Trombone
Marcelo Besen: Acordeon
Marcelo Portela: Violão 7 cordas
Derik Bellardi: Pandeiro
Mari Leonel: Piano e composição (Faixa 3)
Eduardo Rukat: Cavaco
Israel Dutra: Violino
Thiago Guieiro: Violão 7 cordas
Pierre Jucá: Cavaco
Osvaldo Pomar: Tamborim e reco-reco
Moreno Francesco: Saxofone soprano
Beto Fonseca: Captação e mixagem (Estúdio Um Lugar)
Felipe Corbani: Masterização
Nádia Muyrah: Produção executiva

Foto: Bruno Dias

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Oie! Obrigada por compartilhar o link do yasss :-)

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