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Diferente sem perder a essência, Makalister segue avançando

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Makalister não precisa provar nada pra ninguém. Com sete álbuns e quatro EPs no currículo em dez anos de carreira, as linhas do rapper de São José são objeto de adoração por parte dos fãs do rap nacional. Após “Ondas 2” (2021), segundo álbum gravado com o conterrâneo Beli Remour, seu parceiro em cerca de 50 músicas, o MC e produtor decidiu focar no lançamento de singles com dois objetivos: experimentar e aparecer mais para os contratantes, principalmente de Santa Catarina. “Florianópolis é uma das cidades onde tenho mais ouvintes, mas faz muito tempo que não sou chamado para um festival. Vejo que estão acontecendo muitos festivais aqui, meu público me cobra muito. Sempre que faço show é muito bom, mas normalmente sou eu quem produzo, correndo atrás. Lançar singles com regularidade é uma forma de aparecer, chamar atenção para o mercado da cidade mesmo”, comentou o rapper ao Rifferama. Neste ano o Jovem Maka apresentou três faixas, além de participar do disco do manauara Victor Xamã.

2023 tem sido um ano diferente para o artista, que tem trabalhado também com discotecagens em festas e morou quatro meses em Portugal com Beli e a fotógrafa Marília Pierro. Makalister fez duas apresentações por lá, onde filmou o clipe para “Algoritmos” e parte das imagens do vídeo de “Bença”, seu último single, que saiu no dia 2 de novembro. Em comum, essas duas músicas, e “Filhos”, lançada em janeiro, apresentam um lado mais comercial, digamos, da sua obra, com refrãos e letras diretas. Nada que não tenha feito antes. Ainda que diferente, o rapper não perdeu a essência. “Estou apostando para singles umas músicas com temas mais evidentes, deixando as mais experimentais, difíceis de ouvir, para o meu próximo álbum. ‘Algoritmos’ pegou muito bem por ter uma mensagem bem clara, talvez mais comercial, mas não foge do que sempre fiz. Todos os meus álbuns têm música com refrão, só que essas músicas fazem mais sentido sozinhas”, acrescentou.

“Bença”, em que as linhas se encadeiam como se fosse uma oração, emanando desejos, “jogando as palavras pra frente”, foi inspirada por dois artistas norte-americanos: Earl Sweatshirt, pelo estilo da batida, e Lil Yatchy e seu jeito mais descontraído de aparecer nos clipes. Assim como “Algoritmos”, Makalister escolheu mensagens motivacionais para os seus singles mais recentes. E não é só musicalmente que o rapper se mostra diferente, no videoclipe de “Bença”, dirigido por Marília, Maka se permitiu dançar, contrastando com a imagem contemplativa que construiu na sua trajetória. “Muitas coisas que lanço reflete uma parte do que sou. Quem convive comigo, apesar de eu ser um cara sério, também gosto muito de rir e brincar. Algumas movimentações do meu corpo vieram diferentes, era algo que eu já queria fazer e acabei expressando nesse clipe. Não sei se dá de chamar de dança, tem alguns movimentos que combinam com a batida. É um clipe que acho muito bonito”, pontuou. Em contato com o Rifferama, Makalister falou sobre o novo direcionamento e deu detalhes sobre os próximos trabalhos.

— Estou separando as músicas que vejo que podem abranger mais público, pegar uma playlist, realmente pensando no mercado, mas fazendo do meu jeito. O single é uma forma de sempre resgatar o público. Se não tem um material para o pós-álbum, videoclipes e outros materiais, o álbum fica marcado pelo dia em que saiu. É muita concorrência, muito artista aparecendo, são 14 faixas que vão aparecer num momento só e vão reverberar por pouco tempo devido a vida das pessoas mesmo. Lançar uma música a cada dois meses é uma forma também de experimentar, mostrar vários estilos que o cara sabe fazer, ou já fazia há muito tempo e não chegou a lançar, mostrar a diversidade, essa capacidade de estar se refrescando. Vão vir mais singles, vai sair uma minha com o Beli, que é para um novo álbum dele. Simultâneo a esse projeto, nós começamos a fazer o terceiro volume do “Ondas”, que terá outro nome. O meu álbum está vindo experimental, mais no sentido de eu botar vários estilos, fazendo cada música com um estilo que eu gosto, estou falando desde a minha infância até os momentos atuais. Talvez seja o meu melhor álbum, pelo menos o que eu mais curti fazer. É um presente para o meu público.



Foto: Marília Pierro

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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