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Entre o feijão e o sonho, João nas Nuvens produz primeiro EP

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O cantor e compositor João Alberto Lajus, de Chapecó, ficou uns bons anos afastado da música para se dedicar aos estudos. Antes de começar o seu projeto solo como João nas Nuvens, o artista integrou a banda V-Yes, que em 2011 lançou o disco “Tudo está de volta em seu lugar”. A volta para o Oeste, em 2020, após duas residências (Lajus é cardiologista) no Rio Grande do Sul, era o que o cantautor precisava para se conectar novamente com a escrita. No mesmo ano saíram os primeiros singles e, desde então, o músico vem trabalhando no EP “O que você vê nas nuvens?”, que será lançado em julho com seis faixas. Duas canções já foram apresentadas, “Sobre a gravidade” e “Utopia” (com participação de Laura Tereza), enquanto “Manhãs de vento” entra para as plataformas digitais em maio. 

Apaixonado por poesia desde cedo, Lajus estava sempre “nas nuvens” na época de escola, absorto em seus próprios escritos. Parecia o nome artístico perfeito para alguém que queria sonhar de novo com uma carreira na música. “Queria voltar a ficar no mundo da lua, compondo, escrevendo e tocando”, contou. Além do lançamento do EP, João nas Nuvens está organizando um show em agosto com todos os envolvidos na produção do material, incluindo convidados que ainda não foram revelados, como a também cantora e compositora Amanda Cadore, que divide os vocais e também assina “Fluir” em parceria com o artista, que em contato com o Rifferama, falou sobre o seu reencontro com a música e a parte lírica de “O que você vê nas nuvens?”.

— Eu comecei a tocar violão para complementar a poesia. Tive uma banda na faculdade, a V-Yes, que tem um disco gravado, foi um período bem legal. Depois acabei me afastando da música, o que me fez muito mal, meu plano de voltar a Chapecó era ter contato com a arte e a música novamente. No fim de 2019 estava prestes a retornar e voltei a estudar violão e teoria, foi quando comece a compor os sons que entraram nesse EP. As canções tiveram uma forte influência pelo período, trabalhei na linha de frente da pandemia, foi muito difícil, pela gravidade da doença, mas pelo descaso do governo federal e municipal, o negacionismo, prejudicaram bastante o tratamento. “Manhãs de vento”, que é o próximo single, é mais política, não tão evidente quanto “Desgoverno”, mas fala sobre esse contexto que a gente passou.


Foto: Rodrigo Scandolara

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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