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Farra do Bowie nos chama pro culto antidrogas em novo single

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A Farra do Bowie nunca foi uma banda comum (amém) e o seu último single, “Angel Dust”, lançado em abril nas plataformas digitais, é prova disso. A canção foi composta por Rafael ‘Rassa’ Alves (baixo) baseada em um testemunho antidrogas que encontrou em uma biografia de Richard Wayne Penniman, o lendário e controverso Little Richard, falecido em 2020 aos 87 anos. Rassa, que também editou o lyric video da música, traduziu quase todo o sermão de volta para o inglês e passou para o grupo, que tem Paulo Prog (voz), André Seben (guitarra), Luciano ‘Lulu’ Kichalowski (guitarra) e Calvin Treze (bateria), para criar o arranjo em conjunto. “Peguei o discurso quase todo, sem pensar na métrica nem nada. O Paulo que se vire pra cantar isso aí, pensei”, comentou o baixista. A faixa foi gravada, mixada e masterizada no estúdio Um Lugar, em Florianópolis, em dezembro.

“Angel Dust”, que significa pó de anjo, é um dos nomes conhecidos da fenciclidina ou PCP, uma droga com efeito anestésico que causa alucinações. Para ilustrar o vídeo, Rassa colheu imagens de cultos nas redes, no esquema “quanto mais loucuragem, melhor”. O resultado não poderia ser outro: tem a cara da Farra do Bowie. A banda, formada em 2012, lançou o álbum de estreia quatro anos depois, com “Born to Be a Faggot”, faz um som urgente e barulhento, que mistura o som e o visual do glam rock dos anos 70 (precisa citar a maior influência?) com a irreverência do punk. O single é o primeiro trabalho da grupo desde “Kebab May Happen”, que saiu em 2019. Em contato com o Rifferama, o músico e compositor falou sobre a forma pouco convencional que “Angel Dust” foi concebida.

Fiz esse riff no baixo lá em 2017 e gostei, achei diferentão. Pensei que podia ficar legal usá-lo como verso e que cabia bastante letra nele. Nessa época eu estava lendo uma biografia sobre o Little Richard, e lá tem a transcrição de um sermão dele numa igreja onde era pastor, onde ele narra a vida dele nas drogas e no showbiz. E aí fala do pó de anjo e de como ia pulando de droga em droga até encontrar Jesus. Levei pra banda desse jeito, ainda sem refrão e sem um final. Só letra e riff, aí a galera deu várias ideias legais de arranjo, fiz um refrão e aquele momento no final que chamamos de Red Hor Chili Peppers, porque tem uma guitarra suingada. E pronto. Foi meio trabalhoso sair caçando imagens para o vídeo e depois editando, mas gostamos do resultado e achamos que casou bem com a música.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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