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Lóca: a metamorfose na busca por si próprio em micro canções

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O cantor e compositor Lucas Micheluzzi, de Blumenau, atende pelo nome artístico de Lóca e desenvolve um trabalho único, fruto de uma vida exposta a todo tipo de experiências musicais — foi do erudito ao punk rock e circulou entre a turma do jazz e do blues. Sem seguir um estilo, ainda que as suas canções possam ser colocadas na prateleira da MPB, o cantautor passou um período afastado da música, até que em 2021 fez a estreia do seu projeto solo com três EPs. Cada registro traz três faixas, têm sonoridades diferentes e são baseados em visões que o próprio artista ou os outros tinham sobre ele: “Quem eu era”, “Quem eu achava que era” e “Quem os outros achavam que eu deveria ser” foram agrupados na compilação “3/4”, divulgada no dia 22 de junho, e abre caminho para o álbum “1/4”, que sai no fim do ano. “1/4 é quem sou e traz a junção de todas aquelas visões de quem não sou. Esse álbum será a nossa expressão musical real, que é como a gente tem se mostrado musicalmente”, contou ao Rifferama.

Entre a composição e gravação dos primeiros EPs, Lóca (voz e guitarra) encontrou a sua banda, formada por Otávio Wobeto (baixo) e Matheus Barsotti (bateria), mas a pandemia adiou os planos de tocar por quase dois anos — o trio se apresentou pela primeira vez em fevereiro. Nesse período, o artista começou a fazer um exercício de escrever sem referências, no sentido de buscar uma sonoridade própria. Esse projeto levou o nome de “Micro canções”, que rendeu 15 faixas divididas em cinco EPs, a maioria delas com apenas um minuto de duração (ou nem isso). O álbum com todas elas, que foi produzido e mixado pelo guitarrista Jackson Carlos e masterizado por Rafael Tafner, entrou para as plataformas digitais no dia 11 de maio e o show de lançamento acontece neste sábado (8), no Currys Coffee & Cakes. Em contato com o portal, o cantor e compositor falou sobre o conceito por trás do disco e o desejo pela originalidade.

— “Micro canções” é uma mistura de tudo que me compõe e de um período de isolamento também. É um grande alívio poder dividir a metamorfose das angústias de uma pandemia. Da reclusão choquei esse ovo imaginário e que começa a quebrar a casca. Fiquei afastado da música um tempo e isso abriu um rombo na minha vida. Decidi voltar compondo bastante diferente. Antes era muito referenciado, queria muito soar como alguém em vez de criar algo que me completasse como expressão artística. Sem a intenção de referência de estilo musical, comecei a compor dessa forma e encontrei o Matheus e a gente se entendeu maravilhosamente bem, começamos a criar essa linguagem na bateria, tem ritmo e tal, mas na dinâmica, pro colorido, tem muito prato, é mais erudito. O Otávio entrou no projeto e não pudemos pensar em shows ou ensaiar, e como não queria ficar parado fiz esse exercício de compor músicas de um minuto pra postar no Instagram. “Micro canções” é um percalço desse momento.


Foto: Odamasco Studio

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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