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O caldeirão de referências no som experimental da Ala Mil

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A Ala Mil foi formada em 2017 por César Blax (baixo e produção) e Virgilio Teixeira (guitarra), que moram em Itajaí e Balneário Camboriú, respectivamente, como um projeto de experimentação musical. Com o reforço de amigos convidados, a dupla lançou cinco álbuns entre 2018 e 2021. “Trilha sonora do caos”, “Triste fim do Bananil (Gado dançando rumo ao abate”, “JahAllá Mil”, “Jazz punk” e “Cafonália ou disco da Xuxa tocado ao contrário”, que trazem entre 15 e 20 faixas cada, e apresentam as variadas influências do grupo, que durante esse processo virou um trio com a entrada do guitarrista Everton Piagetti. A Ala Mil, que tem esse nome em homenagem a um bar que os músicos frequentavam em Balneário, faz um som instrumental que mistura referências que vão do rock ao jazz, da música brasileira ao funk e dub, e está trabalhando numa trilogia de EPs, sendo que dois deles já estão nas plataformas digitais.

Antes da Ala Mil, Blax e Teixeira tocavam em uma banda de hardcore/punk e já tinham essa veia experimental, fazendo jams em que apareciam elementos do ska e metal, mas sem ultrapassar as barreiras do som pesado. Até Giva Farina (ruído/mm) assumir as baquetas no começo de 2022, o grupo gravava utilizando samples de bateria ou percussionistas convidados. A sonoridade como quarteto foi mudando durante os ensaios e surgiu a ideia de regravar algumas composições antigas com o novo integrante. O primeiro lançamento, “Ala Mil – EP 1”, saiu em setembro do ano passado, o segundo volume foi disponibilizado em maio. A última parte desse projeto deve ganhar as redes em 2024 e está sendo produzido como trio — César Blax, Virgilio Teixeira e Giva Farina. Em contato com o Rifferama, o baixista da banda, que é um grande pesquisador da música brasileira, falou sobre a sonoridade da Ala Mil e a decisão por dividir um álbum em três EPs.

— Ala Mil já começou instrumental, a gente colocava as nossas influências de vários sons que a gente ouve, como dub, jazz, rock anos 70, música brasileira, já fizemos misturas com baião, samba, bossa nova, ritmos nordestinos… Os EPs eram pra ser um disco só. Quando o Giva entrou alguns temas antigos foram ganhando novos grooves e resolvemos gravar músicas antigas com bateria. Em cada EP tem uma faixa inédita que criamos com o Giva, no primeiro é “Proerd Lion” e no 2 é “Tasmanian Devil”. O terceiro EP sai até o ano que vem e vai ter poucas regravações, serão mais músicas inéditas. A gente meio que fez nas mesmas sessões, foram duas iniciais e uma terceira, cada uma em um fim de semana, gravando e ensaiando, bem puxado. Teve uns poucos overdubs, por isso a gente lançou as músicas que estavam prontas, o que teve de trabalhar alguma coisa lançamos agora em maio no 2.

Foto: Eliz Bueno

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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