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Ober apresenta seu lado MC no álbum “Coisas que acontecem”

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O beatmaker e rapper Oberdan Possamai (Ober) nunca mais foi o mesmo depois que ouviu “Diário de um detento”, clássico dos Racionais. A paixão pela cultura hip hop fez o artista de Gaspar aprender todo o processo até lançar um som, incluindo a parte gráfica, que também é de sua responsabilidade. O catarinense, que estreou em 2021 com o EP “Essência”, faz as batidas, pesquisa samples para os instrumentais, comanda a produção musical e também escreve letras. O seu lado MC, no entanto, só foi descoberto no álbum “Coisas que acontecem”, divulgado no dia 3 de fevereiro, via selo Verve Ent., dos produtores e rappers Entidathe e Nnay Beats (Dimi CL), que fez a mixagem do material e rima em “Luz & sombra” — a masterização ficou a cargo de Lucas Pizzol, paulista radicado em Brusque, conhecido por trabalhar com nomes como Djonga, Rodrigo Ogi, Tasha & Tracie, entre outros.

Com oito músicas (uma é bônus) em pouco mais de 13 minutos, “Coisas que acontecem” também traz a participação de Yurifluente em “Influências”. O registro mescla faixas instrumentais e apresenta Ober rimando pela primeira vez, realizando um desejo antigo do artista. “Já me vejo lançando um trampo comigo atuando como MC. De uns dois anos pra cá tenho escrito bastante coisa, acho que esse EP ou álbum está bem próximo. Talvez esse ano ainda eu comece a trabalhar nele”, comentou. Em contato com o Rifferama, o rapper e produtor falou sobre a sua trajetória, o novo lançamento e adiantou os próximos projetos. São três: um EP instrumental, sem sample, orgânico, e outros dois EPs colaborativos, com João Marcos Veiga, do Quarto Cômodo, de Blumenau, e do baiano Piolho, parceiro que conheceu por meio do Soundcloud.

— Em 2015 comecei a escrever, a ter um caderno de letra, e nessa época comecei a rimar em beat da internet, quando fui ver os processos de lançamento descobri que não podia usar, teria que comprar, aí descobri o Fruity Loops e passei a fazer as minhas batidas vendo aula no Youtube. Aprendi bastante coisa, mas quem me ensinou foi o Nnay, é meu grande professor. Essa aproximação com ele foi o impulso que eu precisava para caminhar. Meu primeiro EP foi uma coletânea de quatro anos fazendo beat, depois parti para a criação desse último. Rimar nunca ficou de lado, praticava bastante improviso, sempre fui melhor nisso do que na escrita, mas senti necessidade de escrever pra me expressar. Foi um desafogo mesmo. Estou com três trampos engatilhados, fazendo umas paradas diferentes, usando outras técnicas para sair da zona de conforto. Estou fazendo uns beats tocados, sem sample, tocando os instrumentos, provavelmente será meu próximo lançamento. Também tenho muitas letras guardadas.

Foto: Guilherme Lucca

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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