rizzih-rifferama

“Poema suspenso” e a efervescência artística de Rizzih

O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis e Biguanet Informática


Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse

Aos 30 anos, o ator, cantor, compositor, poeta e roteirista Rizzih tem quase o dobro de tempo de envolvimento com a música do que a idade que tinha quando deu os primeiros passos nesse universo (começou aos 11). Profissionalmente falando, o teatro foi o que pagou as contas por muito tempo: atuou num musical no Beto Carrero World entre 2011 e 2015 e é criador da personagem Déte Pexera, que tem shows agendados da turnê “Bocuda” em Itajaí (26), Florianópolis (12 de março) e Joinville (15 de abril). Ainda que seja mais conhecido pelo humor, o seu canal do Youtube tem 545 mil inscritos e mais de 50 milhões de visualizações, Rizzih vem nos últimos tempos priorizando a música e lançou em novembro o seu segundo álbum, “Poema suspenso”. Sucessor do EP “Rkzz7H”, que saiu em 2019, “Poema suspenso” foi produzido por Elieser de Jesus e rendeu ainda três videoclipes para as faixas “Zíper”, “Deixa assim” e “Lado B”.

Em comparação com “Celeste”, seu álbum de estreia, divulgado em 2016, o novo trabalho soa mais maduro. Rizzih segue escrevendo sobre amor e vida, mas agora sob uma perspectiva mais livre. “Poema suspenso” valoriza a poesia e encerra com o artista declamando “Gula”, texto do poeta Bento Nascimento (1962-1993), patrono da cadeira 1 da Academia Itajaiense de Letras. “Acho que ele não é conhecido o suficiente e minha pequena parte é cruzar o meu trabalho com o dele. É o meu poeta favorito”, contou o cantor e compositor, que foi recentemente vencedor do Festival da Canção de Camboriú, além de ter levado o segundo nos eventos de Itajaí e Navegantes. Em contato com o Rifferama, Rizzih falou sobre a sonoridade do álbum, projetos futuros e a relação teatro x música.

— “Poema suspenso é um atestado do que sou agora, me representa muito mais, com uma poética mais madura. Falo da minha existência, da minha sexualidade, da minha relação com a igreja. Sonoramente ele mantém a minha essência, que é tentar misturar o solitário das cordas do violão com o universo dos sintetizadores. Sou muito plástico, tenho tesão por texturas na música. O cantor e o compositor vêm muito antes do ator, foi a minha primeira forma de expressão. O teatro foi o que me sustentou e estou até hoje em cartaz com a Déte. Foi muito mais uma questão de agenda, o teatro tomava todo o meu tempo, nos últimos anos fui me permitindo fazer uma escolha. Sou um artista da criação, tenho outros dois álbuns escritos, mas o fluxo criativo ultrapassa a nossa capacidade de realização. Quero vivenciar o máximo da minha efervescência como artista. O grande trunfo do artista é nunca perder a inquietação, de experimentar coisas novas, morrer e renascer, se reinventar o tempo inteiro.

Foto: Casa Frisson

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

DEIXE UM COMENTÁRIO.

Your email address will not be published. Required fields are marked *