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Ramatís e sua estreia colorida em “Ontem hoje era amanhã”

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Com mais de 20 anos de estrada, o cantor, compositor e multi-instrumentista Vitor Torres, fez a sua estreia como artista solo no ano passado, com dois singles do álbum “Ontem hoje era amanhã”, lançado na íntegra no dia 10 de janeiro. Assinando com o sobrenome do meio, Ramatís, o catarinense de Joinville contou com a produção caprichada e os arranjos de violino de Gabriel Vieira nas oito faixas desse trabalho, que traz a participação de dois ex-integrantes da Reino Fungi, banda da qual o músico fez parte entre 2001 e 2019: o irmão Hugues Torres Filho tocou bateria e percussão e Tiago Lanznaster fez os solos de guitarra. O material também teve as contribuições de Fábio Oliveira no piano e órgão e Braion Johnny nos sopros — Ramatís gravou voz, violão, baixo e guitarra.

Em relação ao seu antigo grupo, o artista avançou uma década nas referências. Enquanto a Reino Fungi ficava entre o rock britânico (em 2010, o na época quinteto lançou um EP com versões dos Beatles) e a jovem guarda, “Ontem hoje era amanhã” carrega a alma da música brasileira dos anos 70 nas suas composições. No começo, segundo Ramatís contou ao Rifferama, a ideia era fazer algo mais intimista, somente voz e violão, com talvez alguns elementos de percussão e o violino, para aproveitar a presença de Gabriel Vieira, mas logo o projeto mudou de rota. O esqueleto do repertório foi construído em parceria com o irmão, que é o autor da canção que encerra e batiza o álbum. Com mais possibilidades sonoras, com a adição dos outros instrumentos, incluindo teclas e sopros, além da sua voz característica, Ramatís preparou um disco colorido, que passeio pelo samba, pela bossa nova e também pela soul music, com arranjos de muito bom gosto.

— É um álbum bem limpo, com solos de guitarra sem distorção, é uma característica marcante. Abrimos um pouco mais o leque de sonoridades, com arranjos mais consistentes. No último trabalho da Reino Fungi tinha uma pegada brasileira, com os metais entrando com os ataques fortes, mas o pano de fundo era mais rock. Consegui diversificar a atmosfera dos arranjos, trazendo também elementos latinos. “Ontem hoje era amanhã” tem várias cores sonoras. Tem um pouco de psicodelia também, com os hammonds (órgão), um pouco de bossa, um pouco de samba. É aquele tipo de coisa que tu só consegue colocar em um trabalho solo, mais livre. Talvez eu não conseguisse diversificar tanto assim dentro de uma banda. Sempre fui muito aberto a influências, ouço de tudo, e cada vez mais vou descobrindo coisas novas e incorporando, até inconscientemente. 

Ficha técnica

Vitor Ramatís: voz, violão, baixo e guitarra
Tiago Lanznaster: guitarra
Fábio Oliveira: piano e órgão
Braion Johnny: sopros
Hugues Torres Filho: bateria e percussão
Gabriel Vieira: produção e violino
Arte capas e singles: Renata Moura
Fotos: Samuel Esteves

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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