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Tutu Nana: abandonando o passado para criar algo diferente

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A John Filme tinha uma identidade musical tão forte, que quando Akira Fukai (guitarra e voz) e Fernando Paludo (bateria e voz) trocaram de instrumentos no álbum “Fohn Jilme”, em 2017, a sonoridade se manteve fiel à estética criada pela dupla. Nesses dez anos do grupo (2010 a 2020), que teve formações em trio e até como quarteto (para gravação), a John Filme lançou três álbuns, seis EPs, um single, além de um tributo à Repolho, que teve a participação de Roberto Panarotto e, curiosamente, foi o canto do cisne do duo. Fukai e Paludo, então, criaram a Tutu Nana, projeto com Jivago Del Claro (baixo e voz), que tinha feito a segunda guitarra no EP “Kol Cover”, e Carolina Acaiah (flauta e voz). O quarteto se reuniu em um sítio de Chapecó e escreveram mais de 80 músicas, sendo que cinco delas foram aproveitadas para o primeiro lançamento, “Sucessos”, que saiu em fevereiro e foi produzido por Max Matta no LAB Sound, em Piracibaba (SP). 

O diferencial da Tutu Nana, segundo Fernando Paludo, é que agora são quatro pessoas criando em vez de duas. Como o processo de composição com Akira Fukai começou ainda na adolescência, naturalmente a nova banda carrega um pouco da sonoridade da John Filme, mas é diferente, outra matemática. Além da flauta de Carolina Acaiah, Mauro Fontoura (Muñoz) toca saxofone em “Brasil (O)”, faixa que abre “Sucessos”. “Nossa intenção é tocar com outras pessoas e buscar outras coisas, botar em prática o que a gente vem aprendendo com os outros, na música e fora dela”, contou o baterista em contato com o Rifferama. Com muitas gravações finalizadas, incluindo pelo menos mais de dez músicas registradas em Piracicaba, além de sessões em outros lugares, com outros equipamentos, a Tutu Nana deve lançar bastante material nos próximos meses: o primeiro álbum sai ainda neste ano.

— A John Filme carregava muito essa coisa de ser o nosso primeiro contato com a música, fomos descobrindo daquele jeito, meio sem saber, tocando, gravando. A gente sentia necessidade de se desvincular um pouco dessa coisa bem pessoal mesmo, por isso criamos outra banda. A John Filme retratava esse lance de ser dois amigos, era uma matemática de duas pessoas, na Tutu Nana começamos a trilhar um processo diferente na nossa cabeça. Ter um baixo já vai para outra direção esteticamente, e a Carol entrou nesse processo de tentar achar a música junto. As pessoas que escutavam a gente antes conseguem identificar que é um pouco John Filme, mas resolvemos traçar como diferença mesmo trazer esses novos parceiros e fazer com que eles tenham um peso criativo na parada. Temos bastante material, não está nada padronizado, vai ser divertido tentar entender como unificar isso., Nosso EP esteticamente é um pouco mais polido do que os lançamentos que vão vir, são gravações mais íntimas, mas o resultado pra nós é tão válido quanto.


Ficha técnica

Akira Fukai: guitarra e voz
Fernando Paludo: bateria e percussão
Carolina Acaiah: flauta e voz
Jivago Del Claro: baixo e voz
Mauro Fontoura: saxofone em “Brasil (O)”
Max Matta: mixagem e masterização

Foto: Eduardo Chagas

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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