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Desde a sua formação, em 2016, a Viletale teve como núcleo o trio Bruno Jankauskas (voz e guitarra), Alan Ricardo (guitarra) e Filipe Oliveira (baixo). Nos três primeiros anos, foram três EPs, dois singles e um álbum lançados, com destaque para “Land of Thousand Pleasures (2018), que lapidou o death metal com temática de horror (literário, cinematográfico ou real) apresentado pela banda de Blumenau. A partir de 2020, o grupo começou a gravar o segundo disco, todo baseado em contos do escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1949), mas alguns problemas fizeram os planos da Viletale atrasarem. Nesse período passaram três bateristas pela banda, que segue em busca de um integrante fixo para fazer shows e seguir com a divulgação do material, que está pronto: até o momento foram liberadas duas faixas nas plataformas digitais, “Amontillado”, em 2023, e “Dead Tongue”, em maio.
O álbum, que ainda não tem nome, teve as partes de bateria reescritas e gravadas por Emerson Brancher, deixando o repertório mais variado. Além dessa mudança no processo de produção, foram incluídos elementos de outros estilos na mistura, como death metal melódico e blackgaze, explorando a melancolia para casar com o teor dos contos de Poe. A Viletale escreveu nove músicas para compor o álbum, incluindo uma suíte de 17 minutos para o poema “The Raven (O Corvo)”, publicado originalmente em 1845. As faixas trazem arranjos de instrumentos digitais criados pelo vocalista, que contribuem para a sonoridade épica do disco: tem coro, violino, violoncelo, sintetizador, violão e saxofone. Em contato com o Rifferama, Bruno Jankauskas falou sobre as trocas na formação da banda e o amadurecimento estético obtido com o novo trabalho.
— Quando começamos a gravar o disco acabamos tendo desencontros com o primeiro baterista, o Emerson entrou e reescreveu tudo com a pegada dele, “Dead Tongue” já tem bastante uso de pedal sestinado, blast beat, tem breakdown, coisas diferentes que a gente gosta de brincar, numa releitura mais melódica e épica. As músicas estão gravadas desde aquela época, todas com essa produção de VSTS (instrumentos digitais). Era uma coisa que eu estava querendo migrar para trazer um amadurecimento pra música da Viletale. Saímos um pouco do radar na pandemia, o Emerson teve uma fratura no joelho e anunciou que ia sair. O Mateus (Agostini) entrou depois e estava sendo legal tocar com ele, fizemos o nosso primeiro show fora do estado em oito anos, em Curitiba, mas ele saiu uma semana antes de “Dead Tongue” ser lançada. Não queremos simplesmente soltar o álbum, não tem apelo. Tem que trabalhar o momento, ter vídeo para engajar. Para nós agora importa lançar as músicas e criar uma base de fãs digital.
Foto: Lorenzo Carvalho