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Maloka Nunes volta aonde tudo parou em “O céu mudou de cor”

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Nesta quinta-feira (12), o cantor, compositor e produtor Maloka Nunes retorna ao Teatro Municipal de Itajaí após quatro anos para recolocar a carreira nos trilhos. Em 2019, o artista esteve no mesmo local para apresentar o seu primeiro álbum solo, “Ruas grafitadas”. Nesse intervalo, além da pandemia, Maloka perdeu o amigo, produtor e guitarrista Fernando das Neves, no ano passado, o que interrompeu trabalhos como um curta-metragem e um EP. O show “O céu mudou de cor”, que batiza o novo lançamento (deve entrar nas plataformas digitais na mesma data ou nos dias seguintes) do paulista radicado em Santa Catarina desde 2013, retoma a sonoridade que estava sendo construída na época do disco, com banda: a formação atual conta com Elcid Ribeiro (direção musical, synth bass e teclados), Thiago Kim (saxofone), Vicente Pizzu (bateria), Mary Jane (DJ) e Larissa Marinonio (voz de apoio). O evento, que também terá exposição visual, presença de autores locais com venda de livros, interação circense e abertura do projeto Sad Days e tradução em Libras, está com ingressos à venda pelo Sympla, com lista grátis para pessoas trans e PCD — cada setor do teatro é nomeado por uma música de Maloka.

Sem poder fazer música no formato banda nos últimos anos, o artista fez alguns shows voz e violão ou em duo com o baterista Lucca Poeta, que também é cantor e compositor, e se reaproximou do hip hop, tocando em festas do estilo. Em 2018, Maloka lançou o álbum “Nunca foi genérico”, com o trio Ruas Diferentes, ao lado de Geum, produtor do novo EP, e do DJ Guro. O grupo chegou a abrir para nomes como Criolo, Marcelo D2, 3030 e Sant. O EP “Espelho”, que saiu em 2021, um dos melhores trabalhos daquele ano segundo o Rifferama, teve produção de Patricio Sid e seguiu essa estética do rap. Neste ano, Maloka divulgou dois singles, os dois em parceria, um com Sid e outro com Poeta, ambos com videoclipe — assista abaixo. Em contato com o Rifferama, Malo afirmou que “O céu mudou de cor” simboliza um novo momento e comentou também sobre a sonoridade do EP e a oportunidade de voltar a se apresentar com banda.

— Esse projeto que foi pausado, o “Beta”, pela doença do Fefeu (Fernando), a gente não conseguiu dar andamento nele, o Geum e eu não íamos trazer a alma do que a gente tinha escrito. Ressignificamos esse projeto, que é esse novo lançamento. “O céu mudou de cor” era uma música que estava nesse álbum. Está sendo uma experiência renovadora musicalmente, trazendo de novo aquela sonoridade que eu estava construindo com o Fernando em 2019. Voltar para o teatro tem esse motivo, voltar de onde foi pausado, voltar a girar essa roda. Embora eu esteja “recomeçando”, artisticamente falando, esse EP está trazendo coisas novas, mais ricas, e esse formato de banda diz muito sobre isso. Ele mistura muitas sonoridades, de jazz, de hip hop, de música orgânica, ficou uma coisa mais trap também, mais ousada, mais experimental, vai de Travis Scott a Liniker. A gente navega bastante entre o R&B até o rap, passando pelo rock, pelo soul, pela música brasileira, com alguns arranjos e samples do Fernando das Neves, produção do Geum e composições minhas. É um novo momento.


Foto: Heifara Nascimento

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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