O Rifferama tem o apoio cultural de 30 Por Segundo, Mini Kalzone, Camerata Florianópolis, Biguanet Informática, Lord Whisky Distillery e TUM Festival
Contribua com a campanha de financiamento coletivo do Rifferama no Catarse
O cantor, compositor e trombonista Murilo Naspolini resolveu desacelerar em 2023. A ansiedade de cumprir o cronograma que tinha planejado para o Murahead, seu coletivo pessoal, não existe mais. E olha que o músico ficou bem perto de atingir o meta de lançar 18 canções em dois anos. A saga começou em 23 de março de 2021, quando saiu “Z11”, e seria encerrada na mesma data, agora em 2023, no aniversário de 350 anos de Florianópolis. “Clashing”, divulgada no dia 27 de outubro, é a 17ª gravação que leva o nome do projeto. Parceria com o guitarrista Luciano Bilu, do Tijuquera, a faixa foi produzida no Estúdio Purosom, em São Paulo, por SONGZ (Anderson Miguez), e traz as participações de Baby Labarba nos vocais e do baixista Denys “Mascote” Rodrigues, atual integrante do Charlie Brown Jr. A composição é uma versão livre de “Rock the Casbah” com “Should I Stay or Should I Go”, ambas do disco “Combat Rock”, de 1982, da lenda do punk The Clash.
Essa não é a primeira vez que Naspolini pega um clássico e cria algo novo a partir dele. No ano passado, o Murahead apresentou uma versão para “Englishman In New York” (1987), do Sting, que virou “Brasileiro em qualquer lugar”, com produção de Marcio Pimenta. A música ainda ganhou uma versão dub nas mãos de Cléo Borges, do Iriê, parceiro em muitos lançamentos do projeto, que sempre teve o objetivo de ser colaborativo. Até o momento, as canções foram registradas em 12 estúdios espalhados por nove cidades do Brasil, com a participação de muitos amigos, velhos e novos, e várias experimentações sonoras: já rolou balada romântica, reggae, forró e rock — “Clashing” é a música mais pesada do projeto, com solo de guitarra de Bilu e uma linha de baixo alucinante feita por Mascote. Em contato com o Rifferama, Murilo Naspolini falou sobre o último trabalho e o futuro do Murahead.
— O SONGZ trabalhou oito anos no estúdio MIdas com o Rick Bonadio e descobrimos no meio da gravação que ele tocou violão em “Deixa acontecer”, parceria do Dazaranha com o Vitor Kley. Esse mundo não é grande, pois cheguei nele através de amigos de São Paulo e depois descobrimos essas conexões. A “Clashing” traduz uma ideia antiga de criar uma versão libre da mistura de dois clássicos do The Clash, com letras em português e uma pegada roqueira nervosa e dançante. O resultado foi um rock ligeiro, debochado e pra cima. Outras pedradas estão sendo forjadas e novas parcerias haverão de acontecer. Não há linearidade de gênero musical e as viagens pelo mundo e pelo Brasil acabam catalisando as ideias das inéditas criações e das novas parcerias. A liberdade impera e não há pressão por nada. Antes havia uma autodeterminação de lançar uma canção a cada 50 dias. Agora essa ansiedade acabou e está tudo bem resolvido. Sem pressão. O que tiver que ser será. Enquanto a minha cabeça estiver musicalmente ativa e os amigos acharem sentido nisso tudo, o Murahead continuará. 🔱
Ficha técnica
Letra e música: Murilo Naspolini e Luciano Bilu
Vozes: Murahead e Baby Labarba
Voz de apoio: Dora Naspolini
Guitarras: Luciano Bilu e SONGZ
Baixo: Denys “Mascote” Rodrigues
Bateria: Paulinho Sorriso
Produção: SONGZ
Foto: Caio Cezar
