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Rock na Lavanderia: sonoridade de garagem com crítica social

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A relação dos integrantes da Rock na Lavanderia começou muito antes da formação da banda, que no começo se chamava Ramones na Lavanderia. Izomar Lacerda (voz e guitarra), K. D. H. (baixo) e Marcelo Spaolonse (bateria e percussão) são cientistas sociais e, coincidentemente, trabalharam com temáticas indígenas durante a carreira acadêmica. Com trajetórias diferentes na música, o grupo adota a sonoridade de garagem, mais crua, como um aspecto estético, e é responsável por toda a produção, com divisão de tarefas. Com cinco singles gravados durante a pandemia, o quarteto, que também conta com Sidnei Vidal na guitarra e teclado, lançou em abril o primeiro EP, “Rnl”.

Da abertura com “Genocidal Biker”, uma “homenagem” a você sabe quem, com direito ao uso de um sonoro berrante, ao encerramento com “Power Is the People”, todas as quatro faixas do material apresentam um posicionamento em relação às lutas e causas sociais, com um viés de crítica social. E não poderia ser diferente, visto a formação dos músicos. Em contato com o Rifferama, o vocalista e guitarrista Izomar Lacerda informa que nos próximos trabalhos a questão da temática indígena virá com mais peso. No momento, a Rock na Lavanderia está fechando algumas parcerias, inclusive com comunidades indígenas, e tem dois singles em estágio de finalização.

— O grande mote temático das canções, desde os singles, mas sobretudo agora, tem a ver com um engajamento político. Isso se deve em grande medida ao fato de sermos dos quatro, três integrantes que além de músicos são cientistas sociais por formação, atuantes na área. Os três são etnólogos indígenas e trabalhando na temática dos rituais indígenas. Essas questões fazem com que a gente caia num lugar específico de posicionamento crítico. Até a questão de compor (também) em inglês foi tema de uma reflexão nossa. É uma espécie de posicionamento político de tomar, no sentido de invadir, de se apropriar de uma linguagem tipicamente colonialista. A linguagem é uma ferramenta, a gente assume o sotaque e faz do nosso jeito, com esse caráter antropofágico.

Foto: Laura Castillo

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Muito boa banda! A sonoridade, a proposta e o contexto... Já curtia antes, mas após ler essa matéria gosto ainda mais!

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