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Marianna Ferrari abraça a melancolia no single “Desterrada”

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Desde 2011 fazendo a vida em São Paulo, a cantora, compositora e instrumentista Marianna Ferrari experimenta sensações mistas ao visitar Florianópolis, a cidade onde nasceu. A tristeza que sentia ao retornar para a metrópole, pensava a artista, estava atrelada à quebra do convívio presencial e temporário com a família. Em uma dessas vindas para Santa Catarina, Marianna se abrigou na casa do amigo músico Zé Tedesco, quebrando a tradição de ficar na casa em que cresceu, e isso a fez perceber sutilezas da sua relação com a terra onde nasceu e inspirou a criação de “Desterrada”, seu primeiro single. A faixa, gravada no dia 21 de dezembro do ano passado, no Estúdio Lebuá, foi produzida em parceria com Ivan Gomes e saiu na última sexta-feira (17) nas plataformas digitais.

Depois que escreveu a canção, a artista começou a entender melhor a tristeza dessa distância da sua terra natal e também as sensações que tinha em São Paulo, onde se identificou como brasileira, fazendo parte de algo muito maior. Numa terra com cerca de 12 milhões de habitantes e pessoas de literalmente todo o mundo, Marianna aprendeu a respeitar as diferenças e a trabalhar com elas. A pluralidade da nova morada teve um impacto muito grande na vida da cantora e compositora. “Quando vim para São Paulo foi como se tivesse assumido uma personalidade muito diferente para caber aqui”, conta. “Desterrada” é bastante pessoal e a melancolia que inspirou a composição também se reflete na sonoridade do single. Já a capa, assinada pela própria artista, foi inspirada nos traços do historiador Franklin Cascaes e com o crochê, herança de sua avó Maria Helena.

— No fim de 2021 fui para Florianópolis e pela primeira vez não fiquei na casa da minha mãe, fiquei na casa do Zé Tedesco, com quem gravei um feat e fiz um show. Antes de eu ir embora, estava sentada vendo a lua, virei pra ele e disse que estava sentindo alguma coisa esquisita. Ele percebeu que eu não queria ir embora e eu me emocionei, comecei a chorar e a entender que a relação de tristeza quando eu ia embora, não era como sendo um apego emocional a minha mãe, mas era uma relação também minha com a Ilha, com a Marianna que viveu aí. Eu andava na rua por São Paulo e não me reconhecia nas pessoas, isso foi uma coisa que me pegou muito. Foram caindo fichas e fui fazendo um movimento de trazer de novo o meu sotaque para entender de onde venho e o que tenho para compartilhar com isso.

Ficha técnica

Ivan Gomes: Produção, mixagem, masterização, arranjo, baixo elétrico, guitarra, violão de aço e percussão
Marianna Ferrari: Composição (música e letra), produção, arranjo, vozes, violão de aço e guitarra

Gravado no dia 21 de dezembro de 2022, no Estúdio Lebuá

Foto: Lara Payão

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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