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Oyster aborda temas políticos e saúde mental no primeiro EP

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Num espaço de cinco meses (entre março e agosto), a Oyster fez o seu primeiro show abrindo para o Dead Fish, lançou o EP de estreia pelo selo Electric Funeral Records e ainda dividiu o palco com o Zander, outro grande nome da cena independente brasileira. Nada mal para uma banda que começou em 2021, durante a pandemia. “The Longest Year” traz cinco músicas, incluindo os três singles divulgados previamente, a faixa título, “Phoenix” e “Fight the Good Fight”, e teve grande parte do repertório gravado e editado no AeroTullio Sound Distillery, em Florianópolis, e mixado e masterizado em Belo Horizonte por Lucas Guerra (Pense). E o quarteto formado por Carol Tirloni (voz), Fernando Baggio (guitarra), Gui Guedes (baixo) e Diego Rapoport (bateria) não deve parar por aí: o grupo tem cerca de 20 músicas para serem trabalhadas em estúdio.

A Oyster faz um punk rock influenciada por bandas como Bad Religion, Face to Face, The Interrupters, entre outros, e as letras escritas pela vocalista e pelo baixista tratam de temas políticos e saúde mental, misturando reflexão, crítica e humor. O grupo é um bom exemplo da crescente presença e protagonismo das mulheres na cena — uma realidade ainda muito distante da ideal. Em contato com o Rifferama, Carol Tirloni abordou o tema, falou sobre a sua relação com a música e comentou sobre o processo de composição e conteúdo das letras. “Flwr Pwr”, que encerra o EP “The Longest Year”, que trata sobre a questão estética, de estar fora dos padrões, é um grito de guerra feminista. “É o que eu gostaria de falar para as mulheres”, afirmou a cantora.

— Comecei cantando despretensiosamente. Eu namorava caras de banda, era uma coisa que eu estava próxima. Tanto era raro ver mulheres (no palco) que eu nem cogitava a ideia de participar de uma banda. Sempre foi uma questão o fato de ser mulher, tanto pelo lado positivo de ter um vocal feminino, como a parte ruim, de gente criticando eu cantar uma música que tem vocal masculino. Já me tiraram de uma banda por causa disso. Me deixa muito feliz que isso está mudando, ainda que engatinhando, temos bastante referência massa de mulher fazendo música autoral. Por mais que seja só eu de mulher, a Oyster sempre me deixou orgulhosa, eles me incentivam a falar sobre esse viés do feminismo. A gente escreve junto, desde o começo vi que as letras que o Guedes escrevia eram coisas que eu falaria, e a música evolui de uma forma natural, não é uma coisa pesada. Por mais que a Oyster fale de temas políticos e saúde mental, a gente faz a música pra ser uma catarse, conectar as pessoas.

Ficha técnica

Oyster: Produção
Tullio Capanema: Gravação e edição
Lucas Guerra: Mixagem e masterização
Thales Stipp: Gravação, mixagem e masterização de “Flwr Pwr”
Carol Tirloni: voz, vocais de apoio e ilustrações
Guilherme Guedes: guitarra, baixo e voz de apoio
Fernando Baggio: guitarra
Diego Rapoport: bateria e voz de apoio

Foto: Elisa Imperial

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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