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O Giro é um desdobramento da Orquestra Manancial da Alvorada, que marcou época com a sua música irreproduzível. Julian Brzozowski (violão, saxofone e baixo) e Rafael Pfleger (baixo, guitarra e programações) continuaram como um duo e seguiram arrepiando, só que dessa vez numa proposta mais eletrônica, mas ainda assim experimental e gloriosa. A dupla, que ainda não tem material lançado nas plataformas, evoluiu de forma espantosa a sua proposta: a diferença de performance entre os shows da Semana do Rock Catarinense de 2022 e 2023 só surpreendeu quem não conhecia os artistas. Nos dias 5 e 6 de setembro, o Giro testa o formato em um projeto desafiador, fazendo a trilha sonora ao vivo para “Planeta fantástico”, animação surrealista de 1973 dirigida por René Laloux. Os ingressos para as apresentações, que acontecem na Sala de Cinema Gilberto Gerlach, no CIC (Centro Integrado de Cultura), estão à venda no Sympla.
O filme, premiado no Festival de Cannes, tem 72 minutos e trilha original feita por Alain Goraguer, pianista conhecido por trabalhar com Serge Gainsbourg. A história da animação traz os “Oms”, criaturas humanas escravizavas pelos “Draags”, habitantes nativos azuis gigantes do planeta Ygam. Mantido como um animal de estimação desde a infância, o narrador Terr escapa do seu algoz para começar uma revolta junto aos seus pares. Em contato com o Rifferama, Brzozowski falou sobre essa incursão musical no cinema, tarefa que não é novidade para o duo, já que a Orquestra Manancial da Alvorada fez o mesmo com “Tempos modernos” (1936), de Charles Chaplin, no mesmo espaço, em 2017. O objetivo é deixar uma contribuição para a história de “Planeta fantástico”. O repertório foi composto exclusivamente para o filme.
— A potência mais legal do projeto é fazer uma coisa que exponencializa a relação de uma arte com a outra, que o filme cresça com a nossa música e que a nossa música cresça com o filme. Esse é o principal que a gente está almejando. Nosso desafio é fazer com que as duas coisas se multipliquem, é uma chance muito legal de explorar vários temas com essa carga dramática e para o filme ganhar uma roupagem sonora nova. A trilha dele é bem simples, setentista, uma coisa repetitiva. De certa forma estamos fazendo uma contribuição para a história do filme com a nossa música, que é feita de uma forma sinfônica, tem um imenso projeto de Ableton que vai acontecendo ao longo do filme, vamos fazendo as transições, colocando os beats nos lugares específicos e fazendo a nossa interpretação instrumental por cima. É um trabalho grande, com muitas faces dessa parte de arranjo. Essa é a razão de fazer uma apresentação como essa.i
Foto: Ismael Godoy