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Langnaticos faz grunge à moda antiga no álbum “Two Steps”

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O cantor e guitarrista Lucas “Perry” Bruns, de Brusque, integrou entre 2017 e 2020 o duo 1Plugged, que como o nome já entrega, fazia um som mais leve, algo entre o folk e o grunge. Com a ida do parceiro Gabriel Bigliardi para Portugal, o projeto entrou em hiato e o músico resgatou algumas canções mais pesadas que não cabiam no repertório e decidiu formar outra banda. Depois de uma primeira formação que não seguiu adiante, o Langnaticos se estabeleceu com Eduardo “Dudi” Martineghi (baixo, The Mental Council) e Lucas “Johnny” Grotti (bateria, Torvelim). O processo de composição, ensaios, produção e gravação do álbum “Two Steps”, que foi lançado no dia 30 de junho nas plataformas digitais, levou aproximadamente três anos. O trabalho traz 11 faixas, incluindo os quatro singles divulgados de dezembro de 2022 a maio deste ano, e apresenta uma sonoridade influenciada pelo rock alternativo dos anos 1990, principalmente Nirvana. 

A forma que esse material foi captado explica como ele soa. O trio trabalhou com Matheus Henrique Henschel, do Electric Meduza, e registrou a bateria com Perry e Dudi tocando juntos, mas sem caputrar o som das cordas, que foram adicionados em outras sessões. A banda e o produtor utilizaram em grande parte equipamentos analógicos para fazer com que a música fosse mantida a mais original possível, sem muitas edições — nem metrônomo foi utilizado. O objetivo era ter o mesmo som que o grupo apresenta ao vivo: só guitarra, baixo e bateria, sem outros elementos. Algo bem diferente do que o vocalista experimentou na produção de Davi Carturani (Estúdio Pistache) para a 1Plugged, que tinha até orquestrações em algumas faixas do álbum “Vale”, que saiu em 2019. Em contato com o Rifferama, Lucas “Perry” Bruns falou sobre a escolha por essa sonoridade mais crua.

— Tudo que era pesado ou dissonante para a 1Plugged eu fui guardando pra mim, quando tive a chance comecei esse projeto, fui compondo e idealizando esse primeiro álbum. O álbum não tem aquela pegada de ter 50 guitarras no estúdio e ao vivo só tem uma. Eu queria que fosse igual em estúdio e no ao vivo. A ideia era fazer uma música simples e que pegasse facilmente. Não queria gravar muita coisa. A música respira, oscila, sai do tempo, volta, mas esse é o som da banda, sem nenhum corte ou edição. O Matheus (produtor) tem todas essas referências dos anos 90 e trouxe alguns equipamentos analógicos. Tem um contraste bem grande da gravação do Langnaticos para a da 1Plugged, que é um bagulho impecável. O Davi (Carturani) não deixa passar uma sujeira, uma nota fora, é padrão do mercado. O “Two Steps” é totalmente ao contrário. Só existe uma linha de guitarra em cada música, não tem base e solo. Não sei qual é a melhor, são duas visões diferentes.

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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