Red Razor: Thrash metal de verdade

Não existe palavra mais apropriada para descrever o som da Red Razor quanto um palavrão. Em 2013 tive acesso ao EP “Shark Attack”, que teve as três faixas incorporadas em “Beer Revolution”, e senti que a banda ainda seria grande. As resenhas publicadas em zines internacionais são prova do reconhecimento que o quarteto vem obtendo na cena.

A Red Razor investiu para conseguir o resultado que ouvimos neste play. O disco, produzido pela banda, foi gravado no AML Estúdio, em Florianópolis, e teve a mixagem e masterização finalizadas em Nova Iorque (EUA) por Alexei Leão. A qualidade sonora não perde em nada para nenhuma banda do thrash metal brasileiro, como Panzer.

Valorizo demais inovações e sons modernos, mas com o thrash metal sou purista. O som oitentista da Red Razor me convence mais que o Dynahead e seus elementos progressivos. Fabrício Valle (vocal) e Felipe Ferreira (guitarra) fazem uma dupla entrosada nas seis cordas. Todas as músicas têm ótimos riffs, com destaque para “Malignant Cell”, a pedrada do disco. A banda ainda conta com Gustavo Kretzer (baixo) e Igor Thiesen (bateria), da Deadpan.

As letras merecem um parágrafo próprio. Outra coisa da qual gosto em alguns grupos no thrash metal é a capacidade de não se levarem nem um pouco a sério. Em “Wish You Were Beer” temos trechos impagáveis como “Everytime you start to talk is like a chainsaw buzzing in a Saturday morning”. Falar de cerveja e bater cabeça não tem como não soar divertido, e essa é uma das principais qualidades deste álbum.

Quem é fã de thrash metal já ouviu falar, leu a respeito, ou melhor, já viu o trabalho de Ed Repka. O artista norte-americano, responsável por capas icônicas do estilo, como “Rust In Peace” (Megadeth), “World Circus” (Toxik) e “Refuge Denied” (Sanctuary), reproduziu fielmente o espírito da Red Razor. Orgulho define.