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Felipe Coelho fura a bolha com o projeto Creative Sessions

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O ouvinte desatento que topar com “Palestina” (ouça abaixo) no Youtube sem olhar o nome do artista vai pensar que se trata de uma banda de metal progressivo internacional. O novo projeto de Felipe Coelho, Creative Sessions, traz muitas surpresas. A primeira, e mais substancial delas, é a troca do violão pela guitarra. Com o seu sexteto, formado por Tiê Pereira no baixo, Elio Lorenzo no saxofone tenor, Gabriel Barbalho no trompete, Maycon de Souza no saxofone alto e Rodrigo Porciúncula na bateria, o compositor e arranjador expande as possibilidades que começou a explorar em “Unamasi” (2020), álbum que já flertava com elementos modernos e traz Coelho cantando pela primeira vez. Até o momento foram divulgados quatro temas no canal do músico, incluindo a versão editada de “Message” (a original tem oito minutos), que ganhou um videoclipe dirigido por Antonio Rossa. O álbum, que tem nove faixas e foi gravado no estúdio The Magic Place, em Florianópolis, por Renato Pimentel, deve ser publicado até o fim do ano nas plataformas digitais.  

Sem abandonar o jazz brasileiro, pilar da sua obra autoral, Felipe Coelho incorporou outros gêneros ao seu repertório, como o hip hop e o rock, fazendo com que o Creative Sessions entre para a seara da world music. Ter saído da bolha do violão instrumental foi determinante para que o músico se encontrasse artisticamente. “Antes eu queria me provar como violonista, hoje já nem sei se sinto essa necessidade. O furar dessa bolha é significativo, tem muito a ver com maturação, uma forma de enxergar o mundo e se entender, me permitiu me vir muita coisa à tona que não me passava pela cabeça”, contou. Além do álbum, o projeto Creative Sessions, viabilizado por meio do PIC (Programa de Incentivo à Cultura), do Governo do Estado de Santa Catarina, aprovado pela FCC (Fundação Catarinense de Cultura) e com incentivo do Grupo Koch, prevê ainda a realização de uma turnê de 23 shows e uma gravação de performance ao vivo. Em contato com o Rifferama, Coelho falou sobre essa nova fase musical.

— O “Unamasi” foi o começo de uma abertura, ainda usei o violão, esse disco é predominantemente cantado, são seis músicas com voz, em português, inglês e espanhol. E pela primeira vez dos meus oito trabalhos usando guitarra e um naipe de metais. Foi o diferencial, a aproximação da música pop, mas também o naipe, por duas razões. Eu tive um sonho durante a pandemia com um grupo e eu gostava muito do som. Trabalhei muito com cordas, quarteto, quinteto, orquestra, mas elas não têm o ataque que o naipe tem, a precisão rítmica da nota. As cordas são mais crescentes e os metais mais imediatos. Eu tinha uma experiência guardada dos Estados Unidos, de big band e também do mestrado, quando me pus a escrever tinha ideias de arranjos borbulhando. Eu só fui me tornar violonista aos 23, quando me formei no curso de guitarra elétrica de jazz. Entrei num lance Yamandu e Paco, foi uma bolha de paixão pelo instrumento. Tenho muito a dizer como produtor musical e comecei a me encontrar muito mais saindo dessa bolha e usando outras influências. 




Ficha técnica

Guitarra, voz, composição e arranjo: Felipe Coelho
Baixo e samplers: Tiê Pereira
Bateria: Rodrigo Porciuncula
Trompete: Gabriel Barbalho
Sax alto: Maycon Souza
Sax tenor: Elio Lorenzo
Gravação, mixagem e masterização: Renato Pimentel
Auxiliar de gravação: Leo Guedes
Estúdio: The Magic Place
Selo: Belugas Discos
Foto: Antonio Rossa

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

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