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Urgente, vida real e cura: o primeiro disco de Antonio Rossa

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O fotógrafo e videomaker Antonio Rossa é um artista da imagem, ainda que tenha se dedicado a escrever desde muito cedo. Também cantor e compositor, o lageano é autor de frases de efeito e valoriza cada palavra que sai da sua boca: não é raro Rossa fazer breves pausas durante uma fala, como se estivesse pensando no que vai dizer ao seu interlocutor. E o texto é tão importante quanto o som em “Fui avisado que o mundo mudou”, o primeiro álbum de uma consistente trajetória musical que teve começo em 2009, com o EP “Nuvem”. O material, divulgado nesta segunda-feira (22), foi gravado entre março de 2021 e abril de 2022 em cinco estúdios de Florianópolis e traz a participação de 13 músicos, incluindo o próprio artista, que foi o produtor e letrista das dez canções — duas foram compostas em parceria com Johnny Bosco e Kalunga Heidenreich e uma com Diego Carqueja.

Em contato com o Rifferama, Rossa afirmou que o objetivo inicial era lançar um single, “Um universo”, uma das colaborações de Bosco e Kalunga no álbum e primeira semente plantada. Outro momento que mudou a proposta para o trabalho ser apresentado dessa forma foi o reencontro com o tecladista Diego Carqueja, que fez a captação de mais da metade do repertório. “Fui avisado que o mundo mudou” se trata de um disco urgente, como o cantor e compositor descreveu a obra, que foi ganhando corpo aos poucos até chegar nessas dez faixas que foram mixadas e masterizadas por Rafael Pfleger (com exceção da 4, a cargo de Israel Rodrigo). Com esse lançamento, o artista realizou um sonho antigo de fazer uma produção com várias mãos e itinerante. Foram feitas gravações em estúdios na Joaquina, no Ribeirão da Ilha, no Rio Tavares, no Canto da Lagoa e nos Ingleses. 

— Quando comecei a compor eu não sabia o custo das coisas, da logística, e como adolescente eu me questionava porque as bandas não faziam discos gravados em cada cidade. “Fui avisado que o mundo mudou” não deixa de ser uma espécie de concretização de um sonho de gravar em vários lugares, com várias formações, fazendo com que cada música soasse a sua maneira. É um disco de vida real, foi composto nessa sensação de urgência, de não saber o que ia acontecer mesmo. A gente no meio desse turbilhão foi se agarrando na música, cada encontro que a gente conseguia fazer eram algumas horinhas de estar em outro mundo. Acho que esse é um dos poderes da arte, de olhar o mundo de uma outra perspectiva. Dos trabalhos que já fiz, é o mais direto, sinto que tive uma mudança na forma de me expressar musicalmente. Essas músicas foram surgindo para aplacar a dor, a angústia, então muitas vezes as canções me serviam como estímulo, como remédio, me davam a sensação de que eu estava construindo uma estrada no meio dessa escuridão. Ter escrito esse disco foi uma espécie de salvação, me ajudou muito.

Ficha técnica

Produção: Antonio Rossa
Captação: Diego Carqueja (Faixas 1, 2, 5, 7 e 9); Rafael Pfleger (3 e 10), Israel Rodrigo (4 e guitarras da faixa 8) e Maurício Peixoto (6 e 8)
Mixagem e masterização: Rafael Pfleger e Israel Rodrigo (Faixa 4)
Arte da capa: Julian Brzozowski
Fotos de divulgação: Jorge Daux

Músicos

Antonio Rossa: Voz, letras e violão na faixa 10
Johnny Bosco: Violões (1, 3, 6 e 7), guitarra (1, 2, 6 e 8), bateria (1 e 7), meia-lua (1) e voz de apoio (2, 3 e 6)
Diego Carqueja: Piano e órgão (1, 5 e 9), synth (7 e 9), acordeon (5) e voz de apoio (5)
Israel Rodrigo: Guitarra (4, 5, 7, 8 e 9), synth (4) e bateria (8)
André FM: Percuteria e congas (3)
Lucas Lermen: Baixo (Todas as faixas, exceto a 10)
Marcelo Mudera: Voz de apoio (1, 2, 6 e 9)
Julian Brzozowski: Saxofone (1)
Ginho Bernardes: Bateria e meia-lua (2)
Richard Bondan: Bateria (6)
Augusto Bon Vivant: Slide guitar (3) e voz de apoio (2)
Charles Kobarg: Acordeon (10)
Rafael Pfleger: Guitarra (3), violão solo (10) e synth bass (10)

Daniel Silva é jornalista e editor do portal Rifferama, site criado em 2013 para documentar a produção musical de Santa Catarina. Já atuou na área cultural na administração pública, em assessoria de comunicação para bandas/artistas e festivais, na produção de eventos e cobriu shows nacionais e internacionais como repórter de jornal.

Um comentário

  1. Muito bom ter participado desse disco... achei a vibe muito foda!

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